Olá, pessoal do ligado na notícia!! Começando a semana falando sobre as eleições 2022. É um tema bastante relevante diz respeito as famosas fake news – notícias falsas, ou com a aparência de verdadeiras -. Mais, o que são elas? Como combatê-las? Fique atento na matéria. Vamos lá!
As eleições estão carregadas com as mais distintas expectativas. Para analistas e formuladores de políticas públicas, uma das maiores preocupações em relação às campanhas eleitorais está relacionada à elaboração de possíveis estratégias para combater as fake news nas eleições.
O Brasil fornece o cenário perfeito para que a guerra informativa tome conta do debate político. Não apenas pela forte polarização ideológica, mas também pela ampla utilização de redes sociais pelos brasileiros com acesso à internet. As redes sociais se tornaram um terreno fértil para fomentar a polarização dos discursos por meio do impulsionamento de notícias falsas e da utilização de algoritmos. Estes, por sua vez, nos dão a sensação de viver em uma “bolha”, em que todos os nossos contatos pensam de forma parecida com a nossa. Sendo assim, o que se pode fazer para combater as fake news nas eleições?
No Brasil, o contexto de grande polarização política é promissor para a utilização de notícias falsas e outras armadilhas digitais. Como armadilhas digitais, podemos citar as fake news e também outros mecanismos de proliferação da desinformação, como os perfis-robôs (bots). Até mesmo as chamadas junk news – ou “notícias enviesadas” – , que são notícias desatualizadas e/ou descontextualizadas, que confundem quem lê.
As fake news nas eleições estão presentes, pelo menos, desde as eleições de 2014. Elas foram decisivas em processos mais recentes, como o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Uma novidade da reforma eleitoral para as eleições 2018 é investir em postagens impulsionadas em redes sociais, como o Facebook. Candidatos poderão pagar para refinar seus discursos e distribuir material de campanha para públicos específicos. Tornando o discurso o mais atraente possível para cada público-alvo. Isso permitirá que os candidatos consigam dizer para determinado público exatamente o que ele quiser ouvir.
O que podemos fazer para combater para evitar a disseminação da desinformação?
A atuação das mídias, da Justiça Eleitoral e de instituições será essencial para o combate às fake news nas eleições. Existe a possibilidade das fake news nas eleições serem um sintoma da polarização política e da guerra ideológica do país. Entretanto, para tal possibilidade, medidas de transparência devem ser acompanhadas de campanhas de conscientização crítica dos usuários das redes sociais. A solução sugerida é de educação política dos usuários e da população.
Sabemos que, hoje em dia, existem páginas criadas com o intuito exclusivo de compartilhar informações ilegítimas, textos de caráter sensacionalista, conspiratório e de opinião disfarçados de matérias jornalísticas, bem como de fotos manipuladas e vídeos editados. Além disso, elas contam com redes de perfis-robôs que ampliam sua circulação e geram uma sensação de relevância. Sendo assim, como saber se o que você está compartilhando é uma notícia legítima?
A melhor maneira de combater as fake news nas eleições é saber identificá-las. Para isso, conta-se não apenas com o senso crítico, tendo em mente que os algoritmos das redes sociais funcionam de maneira a mascarar informações contraditórias, mas com uma lista de passos de checagem, como esta do Aos Fatos. Além disso, preste atenção nos resultados de pesquisas que já foram feitas em relação às fake news, por exemplo:
1) Foi comprovado que aplicativos de mensagens criptografados, tais como o WhatsApp, apresentam as condições ideais de disseminação de desinformação, pois dificultam o mapeamento e a verificação das informações enviadas. Na dúvida, evite compartilhar “correntes” ou mensagens cuja fonte foi omitida ou não verificada.
2) No Twitter, o papel dos perfis-robôs é central. Entretanto, com a mudança na legislação eleitoral que permite o impulsionamento de postagens no Facebook, há quem acredite que a influência destes perfis tenda a diminuir. De qualquer forma, sempre verifique os links e a informação que você está compartilhando.
3) Evite compartilhar notícias de sites polarizados que não são transparentes, que postam em anonimato ou veiculem discursos de ódio. Aliás, pesquisas demonstraram que a polarização que leva ao compartilhamento irresponsável de fake news é mais intensa entre pessoas na faixa dos 40 aos 60 anos, com grau de escolaridade superior e bom nível de renda. Se você conhece alguém com esse perfil que frequentemente compartilhe matérias sensacionalistas, tente ensinar a esta pessoa como identificar notícias falsas.
4) Preste atenção nos candidatos que apresentam seus planos de governo da maneira mais transparente possível. Além disso, siga páginas de agências de checagem de fatos (fact-checking)! A Agência Lupa e a Aos Fatos são ótimos exemplos de plataformas que checam o nível de veracidade e distorção não somente de notícias falsas, mas das informações presentes em discursos de políticos e candidatos.
5) Utilize ferramentas que já estão disponíveis online que auxiliam na identificação de desinformação, como o Eleições sem Fake, desenvolvido pelo Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ou o Monitor do Debate Político no Meio Digital, que produz relatórios de análises sobre centenas de veículos de comunicação e páginas no Facebook.
A desinformação é um fenômeno que vem ganhando cada vez mais espaço nas discussões sobre política no mundo inteiro, especialmente quando questionamos seus possíveis impactos na democracia. No Brasil, em plena véspera de eleições, a possível influência de fake news nas eleições traz preocupações para candidatos, eleitores, analistas, formuladores de políticas públicas e tomadores de decisão.
Áquis Soares – Advogado.
Referências:
Agência Brasil – Fake news e controle na internet são desafios para as eleições de 2018
Agência Brasil – PF, TSE e Ministério Público vão criar grupo para combater fake news na eleição