Neste 14 de novembro é o Dia Mundial de Diabetes, e a prefeitura de Dourados por meio da Sems (Secretaria Municipal de Saúde) promoveu o Dia D de prevenção da Diabetes no PAM (Pronto Atendimento Médico). A iniciativa contou com uma roda de conversa que orientou sobre a doença e quais os cuidados para se prevenir dela.
Atualmente, Dourados tem 232 pacientes com diabetes e que são acompanhados nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e também pelo Pasae, que é um programa ambulatorial para atendimentos especializados aos pacientes com diabetes mellitus descompensada ou de difícil controle, que acontece no Pronto Atendimento Médico.
Uma das médicas que atende no loca, Valéria Nobre, ressalta a importância do tratamento seguido à risca aos pacientes que já convivem com a doença. “É muito importante um acompanhamento nutricional desse paciente, e aqui no PAM é isso que fazemos. Nosso papel é fazer com que ele sinta acolhido e a doença seja controlada, para então ele ser encaminhado à sua unidade de saúde do bairro onde mora”, disse.
Em Dourados, os pacientes têm acesso aos medicamentos, acompanhamento multiprofissional com médicos, enfermeiros nutricionistas, educador físico, psicólogos e assistentes sociais.
Diabetes Mellitus
O Diabetes Mellitus é uma doença causada pela falta de produção ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose – açúcar – no sangue e garante energia para o organismo. Produzida pelo pâncreas, a insulina tem a função de quebrar as moléculas de açúcar e a transforma em energia para manutenção das células do organismo.
O diabetes pode causar o aumento das taxas de açúcar no sangue, ocasionando complicações no coração, artérias, olhos, rins e nervos e, em casos mais graves, o diabetes pode levar ao óbito.
De modo recente, foi elaborado relatório com dados do sistema de Informação e Gestão da Atenção Básica – e-Gestor AB – do indicador de desempenho que monitora a proporção de pessoas com diabetes, com consulta e hemoglobina solicitada, referente aos meses de maio a agosto de 2023. Foi constatado que em Mato Grosso do Sul existem 216.349 pessoas com Diabetes Mellitus, o equivalente a 7,62% da população do estado.
Para a enfermeira SES, Daniela Monti, a data serve para chamar atenção sobre o elevado número de pessoas acometidas por esta doença e que com a mudança de alguns hábitos é possível melhorar a qualidade de vida desses pacientes.
“O foco principal é de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico preventivo e do tratamento da doença. Uma alimentação sem qualidade e o sedentarismo podem resultar em sobrepeso ou até mesmo em obesidade que, aliados, são fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes, uma doença crônica e silenciosa, com a qual o paciente terá de conviver durante a vida toda”, explica Daniela.
Segundo a SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), existem atualmente no Brasil mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença, o que representa 6,9% da população nacional. A melhor forma de prevenir é praticando atividades físicas regularmente, mantendo uma alimentação saudável e evitando consumo de álcool, tabaco e outras drogas. Comportamentos saudáveis evitam não apenas o diabetes, mas outras doenças crônicas, como o câncer.
Principais causas
Os fatores de risco são genéticos e a ausência de hábitos saudáveis, além de outros fatores que podem contribuir com o desenvolvimento do diabetes como o diagnóstico de pré-diabetes, pressão alta, colesterol alto ou alteração na taxa de triglicérides no sangue, sobrepeso, doenças renais crônicas e diabetes gestacional.
Sinais e sintomas
De acordo com o Ministério da Saúde, o Diabetes Mellitus é uma doença crônica não transmissível, hereditária e pode ser classificada como:
• Pré-diabético – Quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos que o normal, mas ainda não estão elevados o suficiente para caracterizar o Diabetes tipo 1 ou tipo 2. É um sinal de alerta do corpo, que normalmente aparece em obesos, hipertensos e/ou pessoas com alterações nos lipídios;
• Diabetes tipo 1 – É a mais comum em crianças e adolescentes, apresenta deficiência grave de insulina devido a destruição das células Beta, associada à autoimunidade;
• Diabetes tipo 2 – O mais comum. Está frequentemente associado à obesidade e ao envelhecimento. Tem início velado e é caracterizado por resistência à insulina e deficiência parcial de secreção de insulina pelas células pancreáticas, apresenta frequentemente características clínicas associadas à resistência à insulina, como ‘Acantose Nigricans’ que são manchas escuras na pele, com textura grossa e aveludada e a hipertrigliceridemia que indica um nível elevado de triglicérides no sangue;
• Diabetes Mellitus gestacional – Doença metabólica caracterizada pela intolerância à glicose, que se inicia durante a gestação, em gestantes com glicemia normal antes da gestação.
Os sintomas chaves que podem indicar a diabetes são fome e sede excessiva e vontade de urinar várias vezes ao dia. Existem sintomas característicos de cada tipo de diabetes, a exemplo, no diabetes tipo 1 são a perda de peso, fraqueza, fadiga, mudanças de humor, náusea e vômito.
No diabetes tipo 2 os sintomas são formigamento nos pés e mãos, infecções frequentes na bexiga, rins e pele, feridas que demoram para cicatrizar e visão embaçada. As causas estão relacionadas à hipertensão, sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados e hábitos alimentares inadequados.
Diagnóstico
O diagnóstico do Diabetes Mellitus deve ser estabelecido pela identificação de hiperglicemia. São realizados exames laboratoriais que podem usar a glicemia plasmática de jejum, o teste de tolerância oral à glicose e a hemoglobina glicada. Em algumas situações, é recomendado rastreamento em pacientes assintomáticos.
Os usuários diagnosticados ou com suspeitas de diabetes são atendidos na APS por meio da UBS (Unidade Básica de Saúde) onde recebem atendimento integral, como consultas e orientações pelos profissionais de saúde que realizam ações de prevenção e promoção à saúde auxiliando no tratamento da doença.
O diagnóstico precoce pode evitar possíveis complicações, como:
• Neuropatia diabética que é uma complicação do diabetes que afeta os nervos periféricos/das extremidades, como mãos e pés;
• Problemas arteriais e amputações;
• Doença renal;
• Pé diabético que são infecções ou problemas na circulação dos membros inferiores que ocasionam o surgimento de feridas que não cicatrizam nos pés;
• Problemas sexuais;
• Problemas nos olhos;
• Catarata;
• Glaucoma;
• Retinopatia que é uma lesão que atinge os vasos sanguíneos presentes na retina;
• Pele mais sensível; e
• Alteração do humor, ansiedade e depressão.