O agro e as adversidades de 2020

Como foi 2020 para você?

  • Euriann Yamamoto

Tem gente que nem gosta de ouvir falar no ano de 2020. Já outros tiveram resultados tão satisfatórios que, se tivessem o controle remoto do ator Adam Sandler, no filme Click, retrocederiam o tempo para experimentar novamente o sucesso (Claro, que seria um flashback poupando as vidas perdidas).

O setor agropecuário foi um dos poucos que registrou crescimento em meio às adversidades geradas pela pandemia do Covid-19. Responsável por gerar o segundo maior aumento no número de empregos, atrás apenas da construção civil, o agro superou as expectativas e registrou crescimento de 16,81% entre janeiro a outubro de 2020. De outubro de 2019 a outubro de 2020, o PIB do agro aumentou 2,78%, indicando que a pandemia não enfraqueceu o setor.

Soja, pecuária e milho contemplam a maior porcentagem de peso no PIB da agricultura.

Quanto as exportações, a cada 10 dólares exportados, 5 foram do agro, no qual apenas a soja possui uma fatia de 58% das exportações com principal destino o território chinês. Mesmo com a alta nos custos de produção, o agro se beneficiou já que o preço das commodities também aumentaram.

Em contraposição, o lado B dessa realidade foi menos otimista. A alta no preço de muitos alimentos, a redução de parte do consumo da população, a desvalorização do real e o efeito da pandemia no setor de flores e hortifruti mostrou um agro difícil de se ver.

O setor de hortifrutigranjeiro e de floricultura foram os mais afetados com a pandemia.

A primeira data comemorativa após o fechamento dos estabelecimentos foi o dia das mães em maio. Só nesse curto período, o prejuízo alcançou mais de 290 milhões de reais.

No entanto, aos poucos a situação foi melhorando. O que mais se viu em 2020 foi a digitalização dos processos. Sites, redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas foram essenciais para a retomada do crescimento. E essa é uma lição que todos os setores precisam considerar. A internet hoje é mais essencial que a televisão e o telefone. Se o seu negócio não estiver “nas redes” dificilmente prosperará.

Com controle remoto da vida ou não, a gente segue a caminhada à espera de dias melhores, vítimas de UTI recuperadas e economia aquecida com geração de empregos.

Confie. Essa realidade pode estar mais próxima do que imagina.