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É de se impressionar que o arroz, item básico da dieta alimentar brasileira, possa ficar em segundo lugar entre os itens mais comprados no país. Na sexta Pesquisa sobre Orçamentos Familiares (POF 2017-2018) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2020), a despesa média de consumo mensal dos domicílios com o produto arroz foi de R$ 12,79. Com o produto fumo esse valor foi de R$ 17,40.
Temos o péssimo hábito de apontar demais em vez de olhar pra dentro de nós mesmos. É muito cômodo dizer que o aumento no preço do arroz, feijão, óleo e ovos, por exemplo, foi culpa do governo. Estamos acostumados a sempre encontrar um culpado em vez de olhar pra dentro da minha casa, parar e pensar: “Com o que estou gastando meu dinheiro? Estamos TODOS passando por uma pandemia. Eu preciso me conscientizar que a situação nunca foi vivida nessa geração e com isso adequar meu orçamento para o que realmente vai trazer benefício à minha família.” Mas não é isso que pensam. Enquanto isso, um aumento nos impostos sobre o cigarro não faz as pessoas pararem de comprar.
A alta no preço do arroz ocorreu em decorrência de vários fatores. Entre eles:
1. Anos após anos de semeadura reduzida: o preço do arroz foi baixo por muitos anos. Com isso, os produtores não tinham interesse em investir na semeadura do grão. Essa baixa oferta pelo produto nos últimos meses gerou escassez no mercado.
2. Valorização do dólar: com o aumento nas cotações da moeda estrangeira ficou mais atrativo ao produtor, exportar o produto. Quem paga mais, tem maior vantagem. Países como Venezuela, Peru, Senegal e outros pagaram mais caro pelo produto brasileiro em comparação ao mercado interno.
3. Aumento no consumo alimentar: com as famílias brasileiras comendo mais em casa, a demanda interna pelo produto aumentou.
4. Dólar alto. Insumos agrícolas mais caros: com a pandemia do coronavírus, o dólar foi parar nas alturas. Os produtores tiveram que comprar insumos agrícolas a preços mais elevados. Na tentativa de superar as perdas financeiras, o produtor aumentou o preço do produto. A indústria que precisa do produto, comprou a um preço mais elevado e acaba inserindo essa diferença para o consumidor final. Isso também pode ter ocorrido com o feijão, óleo e ovos.
No entanto, a sociedade não vê o problema dessa maneira. E a culpa sempre cai nas costas do produtor e do governo.
Pare de reclamar. O arroz está mais caro? Troque esse carboidrato pelo macarrão. Pelo menos até o final do ano não existem garantias de que o preço do arroz irá normalizar-se. E os ovos? Complemente com ora-pro-nóbis. Folha rica em vitamina A, ferro, manganês. Ajuda na imunidade e ainda controla o apetite.
Por fim: Pare de fumar. Só aí você irá economizar muito mais para poder comprar o tão essencial arroz da sua vida.
Euriann L. M. Yamamoto
Colunista Ligado no Campo
Elizangela Selma da Silva
Estou no time que prefere arroz. rsrs