Adote uma dessas ideias: economize e preserve o planeta Terra.
E então? Fizeram a lição de casa? Para quem teve prato limpo, sem comida nenhuma, o seu prêmio é saber que você contribuiu com o uso adequado de todos os recursos necessários para a produção daqueles alimentos.
No entanto, sabemos de estabelecimentos que sempre terão que lidar com a questão do desperdício de comida. Então, já que o problema persiste, o jeito é usar o problema a seu favor.
As propostas de gestão de resíduos em restaurantes ou outros estabelecimentos que trabalham com produtos vegetais são inúmeras. De maneira sucinta (a proposta aqui não se tornar um expert no assunto – Fica o estímulo para procurar maiores informações), apresento quatro ideias de valor:
Uso de compostagem
Esse tipo de processo pode ser feito desde pequenas residências até grandes instituições. A compostagem promove a decomposição e estabilização biológica de diferentes substratos orgânicos, que sob condições específicas favorecem a atuação de fungos e bactérias distintas promovendo calor. O processo biológico é simples: são montadas pilhas de composto envolvendo a mistura de materiais ricos em carbono (grama, poda de árvores, casca de mandioca) e nitrogênio (esterco de gado, galinha, leguminosas trituradas), que por sua vez são revolvidas de tempos em tempos. Normalmente quando a pilha atinge temperaturas próximas de 60 °C. O composto produzido tem excelente qualidade e estabilidade, servindo como adubo orgânico, sem apresentar mau cheiro ou atrair moscas.
Instalação de biodigestores
Um restaurante em Mato Grosso aproveita os restos de comida para gerar energia renovável e fertilizante. Esse sistema de reaproveitamento é possibilitado pelo uso de biodigestores integrados à estrutura do restaurante, que deixam de produzir por ano mais de seis toneladas de lixo que iriam para o aterro sanitário e geram de 15 a 18 horas de biogás por dia. O funcionamento desse biodigestor segue ideia parecida da compostagem, com a diferença de se utilizar câmaras herméticas onde são acumulados resíduos de comidas e excrementos animais, que, por meio de um processo anaeróbico (sem a presença de oxigênio), o material é decomposto gerando biogás e fertilizante. Mais seguro do que ter um botijão de gás propano em casa, os biodigestores promovem economia familiar e ainda cuida do meio ambiente.
Fruta Imperfeita
Essa foi uma ideia “perfeita” de um casal de São Paulo, que investindo R$ 40.000,00 (carro que o casal realizava as entregas), tem hoje um faturamento mensal de R$ 80.000,00. O mercado varejista procura frutas e verduras com formato, cor e textura dentro de normas padronizadas. Aquelas que não seguem essas medidas acabam indo parar na lata do lixo. O insight que o pessoal do Fruta Imperfeita teve foi negociar diretamente com produtores a comercialização desses frutos “feios” com redução de até 50% do valor de mercado. Assim, frutas, legumes e vegetais que, apesar de frescos e saborosos, seriam descartados, são entregues diretamente nas casas de quem não se preocupa muito com a aparência, mas levam muito em conta o bolso e a preservação do meio ambiente. Por mês, mais de 20 toneladas de alimentos deixam de ir para os aterros de São Paulo.
Uso de aplicativos que dão um novo destino as sobras de comidas
Outra iniciativa sensacional é essa que liga vizinhos e lojas de alimentos de forma a diminuir o desperdício de alimentos. O aplicativo Olio pode ser baixado no Play Store ou no APP Store da Apple. Sua localização será solicitada e, posteriormente, é possível tirar foto e compartilhar os alimentos (e até roupas e brinquedos!). A ideia foi lançada na Conferência do Clima da ONU (COP24) no final do ano de 2018, mas já conta com mais de 635 mil usuários e compartilhamento de mais de um milhão porções de alimentos em 32 diferentes países. No Brasil, os usuários ainda são poucos, mas quanto mais pessoas adotarem a ideia, o redemoinho de conscientização vai ganhando força.