Em um mundo cada vez mais acelerado, onde as relações são constantemente postas à prova, cresce a busca por ajuda profissional para lidar com os desafios da convivência. A psicóloga clínica e psicoterapeuta de família e casal, Marlene Navarro, com formação pelo Instituto de Terapia Familiar de Minas Gerais (ITF-MG), falou ao nosso site sobre o papel da terapia familiar e de casal na construção de vínculos mais saudáveis e no enfrentamento de crises.
Segundo Marlene, a terapia de casal é indicada quando dois parceiros desejam melhorar a relação afetiva, enquanto a terapia familiar abrange um ou mais membros da família que estejam enfrentando dificuldades na convivência. “A terapia oferece um espaço de escuta respeitosa, onde é possível tratar sintomas, revisar padrões de comportamento e buscar novas formas de se relacionar”, afirma.
A coragem de buscar ajuda
Marlene reconhece que muitas pessoas ainda têm receio ou vergonha de iniciar o processo terapêutico. “É comum sentir medo. O novo assusta, especialmente quando envolve abrir questões íntimas. Mas buscar ajuda é um ato de coragem para se reencontrar”, diz ela, citando uma metáfora inspirada no filme Como Treinar o Seu Dragão: “Quando você olha de frente para o seu dragão (sua sombra), deixa de ser refém dele e passa a ser seu aliado.”
A especialista lembra que, com a pandemia de COVID-19, aumentaram os conflitos familiares e conjugais, assim como a procura por terapia. “O confinamento, o medo, o desemprego e a sobrecarga emocional abalaram muitas estruturas. Isso refletiu diretamente na saúde mental e afetiva das pessoas.”
Casais: entre reconciliação e separação
Muitos casais procuram a terapia já imersos em conflitos intensos. “Dor, mágoa, decepção e até abuso estão presentes quando buscam ajuda”, relata Marlene. No entanto, a terapia não tem como objetivo “salvar” ou “encerrar” um relacionamento, mas tratar os conflitos e ajudar o casal a tomar decisões com mais consciência e respeito mútuo.
“A terapia pode fortalecer o vínculo, mas também pode abrir caminho para uma separação saudável, o que é raro, mas possível quando há escuta e empatia”, afirma.
E quando apenas um dos parceiros quer buscar ajuda? Segundo a terapeuta, nesses casos, a terapia de casal não pode acontecer, mas a pessoa pode iniciar um processo individual para compreender melhor sua dor e lidar com a situação.
Famílias em transformação
Já a terapia familiar costuma ser procurada em situações como separações, luto, adoecimentos ou mudanças de fase — principalmente quando envolvem crianças e adolescentes. “Muitas vezes, o sofrimento de um membro mobiliza todo o sistema familiar. A escuta acolhedora e o espaço seguro ajudam cada um a se expressar e se ouvir.”
A duração do processo terapêutico varia. “Cada família tem seu tempo. Algumas precisam de poucos encontros, outras, de um acompanhamento mais longo. O importante é respeitar o ritmo de todos os envolvidos”, diz.
Coterapia: dois profissionais, mais cuidado
Marlene também explica o que é a coterapia, uma modalidade ainda pouco conhecida pelo público, mas com benefícios comprovados. Trata-se da atuação de dois terapeutas juntos em uma mesma sessão. “Essa prática amplia os olhares e favorece a compreensão. O paciente sente-se duplamente acolhido. Vivenciei essa experiência na minha formação no ITF-MG e foi extremamente enriquecedora.”
Terapia é para todos
A psicóloga lembra que existem atendimentos a valores sociais, tanto presenciais quanto online. “O próprio ITF-MG, em Juiz de Fora, oferece essa possibilidade. Em Dourados, também há profissionais e clínicas com valores acessíveis. A coterapia pode ser feita de forma remota, o que facilita ainda mais o acesso.”
Para quem ainda tem dúvidas sobre procurar terapia, Marlene deixa uma reflexão: “Se você está se perguntando se a forma como está vivendo é saudável ou não, essa já é uma resposta. Buscar ajuda pode ser o primeiro passo para viver melhor consigo mesmo e com os outros.”
Serviço
📍 Rua João Rosa Góes, 1160 – Sala 02, Jardim América, Dourados/MS
📱 Contato: (67) 99906-6766 (WhatsApp/Mensagem)