A Secretaria Municipal de Planejamento e o Instituto de Meio Ambiente de Dourados (Imam) inauguraram uma nova lógica de gestão urbana e ambiental nos primeiros 11 meses do governo Marçal Filho. O cenário anterior era de servidores sobrecarregados por análises manuais e cidadãos que esperavam meses para concluir um processo simples. Licenças que chegavam a seis meses de fila, autorizações ambientais que se arrastavam por quase um ano e solicitações que exigiam idas constantes ao protocolo físico.
O prefeito Marçal Filho decidiu inverter essa dinâmica. A ordem é clara: reduzir prazos, dar previsibilidade às respostas e aproximar o atendimento público da vida real das pessoas. Essa virada começou quando a Secretaria Municipal de Planejamento e o Instituto de Meio Ambiente passaram a receber todos os processos pela sistema Aprova Digital. Em poucas semanas, os corredores antes ocupados por pilhas de documentos cederam espaço a um fluxo rastreável, automático e acessível pela internet. Os papéis sumiram — juntos, mais de 650 mil folhas deixaram de ser impressas em apenas 6 meses — e esse movimento abriu 53 m² antes consumidos por arquivos físicos.
Implantado no meio do ano, o Aprova Digital atendeu 1.841 contribuintes desde sua implantação e o sistema conta hoje com 109 servidores cadastrados, além de 1.735 profissionais. Foram criados 3.208 processos digitais, gerando uma economia para os cofres municipais com menos uso de servidores, papel, energia, combustível, e liberando 993 horas de trabalhos manuais por servidores da Secretaria Municipal de Planejamento e do Instituto de Meio Ambiente de Dourados.
Com a automação, os servidores deixaram de perder tempo em triagens infinitas. O secretário de Planejamento e diretor-presidente do Imam, Fábio Luís, fala com entusiasmo sobre os avanços tecnológicos. “Processos que antes demoravam até 6 meses estão sendo finalizados com muito mais celeridade, como os alvarás de construção que tinham uma fila de espera de até 180 dias e hoje o tempo médio de conclusão é de 62 dias”, explica.
Segundo Fábio, a mudança atinge também o habite-se, historicamente um dos pontos de maior lentidão. Agora, com análise digital e documentos automatizados, o tempo cai para 47 dias. Enquanto isso, a legislação ambiental — antes paralisada por prazos imprevisíveis — entra em um ciclo estável. “As pessoas esperavam meses, às vezes ano, para ter um processo de licenciamento ambiental aprovado, mas hoje o tempo médio de conclusão é de 38 dias”, ressalta. “E o que dizer da demora absurda que era para emissão de autorização para supressão de árvore, que chegava a 4, 5, às vezes até 6 meses e hoje tem prazo médio de 31 dias?”, comenta.
Essa redução altera diretamente a experiência do cidadão. O deslocamento ao protocolo deixa de ser obrigatório. Tudo pode ser feito do escritório, de casa ou do celular. Somadas, as pessoas economizaram 2.196 horas antes gastas em idas e voltas à prefeitura. A tecnologia também eliminou retrabalhos comuns nos processos mais solicitados da cidade — como enquadramento ambiental, declaração de isenção de licenciamento, doação de mudas, supressão arbórea e alvará de construção — que agora seguem regras validadas pelo sistema e chegam aos setores com menos inconsistências.
O caso da declaração de isenção de licenciamento ilustra o salto. “O processo de declaração de isenção de licenciamento, que antes demorava meses, hoje é automático, ou seja, é aprovado no mesmo dia do protocolo pela Aprova”, explica Fábio Luís. Além da velocidade, a prefeitura ganha capacidade de governança. Os alertas automáticos informam cada movimentação; a IA apoia triagens e análises; o cidadão acompanha tudo em tempo real. Ao mesmo tempo, a digitização preserva 6,5 milhões de litros de água, evita gastos públicos e diminui o impacto ambiental de uma prefeitura que antes dependia de papel para tudo.
O prefeito Marçal Filho vê na mudança um marco da gestão logo no primeiro ano. “A prestação de serviços ao cidadão pela internet, o recebimento, análise e julgamento com ajuda da inteligência artificial, otimizam o tempo tanto do contribuinte quanto dos servidores da Prefeitura de Dourados, gerando, inclusive, economia para os cofres públicos”, resume o prefeito.
A transformação não se resumiu à velocidade. Ela alterou a relação entre prefeitura e população. Os serviços ficaram mais próximos, transparentes e previsíveis. O tempo de resposta melhorou não só porque o processo acelerou, mas porque a lógica administrativa mudou: a cidade deixou de empilhar papéis e passou a operar com inteligência. O resultado já aparece na prática. Prazos caíram mais de 50% — e em muitos casos ultrapassam 70%.
Dourados registrou 3.294 processos criados diretamente no formato digital em apenas 6 meses, e esse número representa mais que um indicador: marca a transição de um modelo burocrático para um sistema vivo, que aprende, organiza e responde.