A Polícia Civil segue investigando a morte do médico Gabriel Paschoal Rossi, de 29 anos, encontrado morto na manhã de quinta-feira (3/8), em uma casa na Vila Hilda, em Dourados, com mãos e pés amarrados, com sinais de espancamento e estrangulamento, e até o momento, a hipótese mais forte é que o crime tenha motivação passional.
De acordo com o que já foi divulgado oficialmente até agora, a casa onde Gabriel foi encontrado, é de aluguel por temporada, o que leva a crer que ele tenha sido vítima de uma ‘emboscada’, ou seja, atraído até o local depois de receber ligação de uma mulher na última quarta-feira (26/7), quando deixou o plantão em um hospital particular e não foi mais visto.
“Ele compareceu lá a pedido de alguém, onde os fatos se desenrolaram”, disse o delegado do SIG (Setor de Investigações Gerais) e responsável pelo caso, Erasmo Cubas, que completou: “Ele foi sozinho e sem ser forçado”.
O boletim de ocorrência sobre o desaparecimento do médico que trabalhava também no HV (Hospital da Vida) e na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) só foi registrado pela família, no dia 2 de agosto.
Além do corpo amarrado, o médico gaúcho já estava em avançado estado de decomposição quando foi encontrado, e também com muitos sinais de espancamento e em meio a sangue.
A polícia aguarda agora o laudo da perícia técnica que vai indicar a causa da morte, se realmente foi asfixia ou provocada por outro objeto.
Casa foi alugada por duas pessoas e ligação ‘misteriosa’
Outro detalhe que contribui para o reforço da tese de emboscada, é que a residência onde Gabriel foi encontrado morto, havia sido alugada há 15 dias por duas pessoas ainda não identificadas. Elas pagaram adiantado pelo aluguel feito por um aplicativo.
A polícia também informou que no dia 27 de julho, Gabriel recebeu ligação de uma mulher com quem estava se relacionando, sendo esta comprometida e morada em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai. Além disso, a mulher teria ligação com um criminoso.
Vale destacar que Gabriel saiu do plantão assim que recebeu a ligação. Após o registro do boletim de ocorrência, a polícia rastreou o veículo HB20, que pertencia à vítima, e constatou a viagem de Dourados a Ponta Porã. Inicialmente, havia uma informação de que o carro estava em Guarulhos (SP).
Vizinha sentiu mau cheiro
Talita Nascimento Ferreira, de 27 anos, que mora nos fundos da casa onde Gabriel foi encontrado morto, foi quem acionou a polícia. Ela contou que o HB20 estava em frente ao imóvel há oito dias, sem que ninguém mexesse.
A dona de casa disse que estava sentido cheiro forte na noite de quarta-feira (2/8), e ontem pela manhã, ao passar pelo corredor, viu moscas varejeiras na janela do banheiro.
“Já estava achando estranho aquele carro ali. Cheguei até comentar com alguns vizinhos. Mas em seguida o cheiro começou a ficar forte e vi que tinha algo esquisito por conta dos números de moscas que saiam de dentro da casa e resolvi chamar a polícia”, disse Talita.
Ela também mencionou que ficou “chocada depois que descobri que o médico desaparecido estava morto lá dentro”.
O desaparecimento
Como noticiado anteriormente, Gabriel deveria ter cumprido plantão na Unidade de Pronto Atendimento no sábado (29/7), porém, não compareceu, assim como no HV (Hospital da Vida) no domingo (30/7).
Depois da família registrar o boletim de ocorrência, os policiais foram até o apartamento onde ele morava, localizado no centro de Dourados, porém, o local estava intacto. Outro fato que também chamou a atenção logo de início, é que as redes sociais do médico foram deletadas.
Gabriel era natural do Rio Grande do Sul, Gabriel se formou em março deste ano pela UFGD.