A GCMFron (Guarda Civil Municipal da Fronteira) de Ponta Porã possui um total de 68 agentes, no entanto, atualmente apenas 50 estão na ativa, isso porque 18 são investigados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) por corrupção.
De acordo com o apurado pela reportagem do Ligado Na Notícia, 15 guardas estão presos e três encontram-se afastados de suas funções.
Na terceira fase da operação ‘Deviare’ deflagrada na manhã desta terça-feira (27/6), o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado informou por meio de sua assessoria que foram cumpridos oito mandados contra guardas municipais da cidade que faz fronteira com o Paraguai.
Esta nova ação é decorrente da segunda fase que ocorreu em janeiro de 2023, quando foram apreendidos telefones celulares, e a partir daí, esses novos alvos foram identificados pelos investigadores que constataram que eles usavam de suas funções públicas para ‘tirar’ vantagem indevida de sacoleiros que diariamente passam na região.
Também foi identificado um quadro sistêmico de corrupção na instituição.
Com esta terceira fase da operação ‘Deviare’, já são 26 guardas municipais de Ponta Porã afastados e todos por associação criminosa, peculato, comércio ilegal de armas de fogo e demais delitos correlatos.
Na ação de hoje, o Gaeco contou com o apoio operacional do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) no cumprimento dos oito mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão, nos imóveis dos investigados.
Primeira e segunda fase
A primeira fase da operação foi deflagrada em 15 de setembro de 2022, quando foram apreendidos celulares e as autoridades descobriram um quadro de corrupção sistêmica por partes dos investigados que usavam das funções públicas para obter vantagens ilícitas na fronteira, principalmente de sacoleiros.
Durante as abordagens, os guardas, segundo o Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado, ficavam com as mercadorias contrabandeadas do Paraguai e até mesmo com armas. Ainda naquela primeira fase, os policiais apuraram que os guardas integravam um grupo no WhatsApp denominado ‘Laranjas Podres’ que era usado para tratar sobre os produtos contrabandeados.
No decorrer das investigações também foi verificado que os guardas municipais se dedicavam ao tráfico de drogas, armas e munições dos mais variados calibres.
Já a segunda fase da ‘Deviare’ foi deflagrada em 31 de janeiro de 2023, quando 15 guardas municipais foram alvo da operação, sendo que oito mandados de prisão preventiva e 17 de busca e apreensão foram cumpridos.