O novo boletim epidemiológico da dengue, referente à 11ª Semana Epidemiológica de 2025, revela um cenário alarmante para Mato Grosso do Sul. Até o dia 15 de março, foram confirmados 1.663 casos da doença, resultando em uma taxa de incidência de 60,3 casos por 100 mil habitantes. O número de óbitos chegou a quatro, elevando a taxa de letalidade para 0,24%, um aumento significativo em relação ao ano anterior.
As mortes registradas incluem pacientes de diferentes faixas etárias e regiões. Em Inocência, uma mulher de 76 anos faleceu em 16 de janeiro, após apresentar sintomas desde o dia 11 do mesmo mês. Em Três Lagoas, outra vítima, uma mulher de 65, veio a óbito em 2 de fevereiro, com a confirmação do caso no fim do mesmo mês. Em Nova Andradina, uma mulher de 88 morreu em 20 de fevereiro, enquanto em Aquidauana, uma paciente de 74, com histórico de hipertensão arterial, faleceu em 11 de fevereiro. Esses dados ressaltam a gravidade da doença, especialmente entre idosos e pessoas com comorbidades.
Entre os municípios mais afetados, Jateí lidera o ranking com uma incidência alarmante de 6.832,1 casos por 100 mil habitantes, seguido por Selvíria (4.532,1) e Japorã (1.669,1). Esses números refletem um avanço expressivo da doença e exigem medidas emergenciais de combate ao mosquito Aedes aegypti.
A vigilância epidemiológica também aponta para a circulação predominante do sorotipo DENV-2, conhecido por causar quadros mais graves da doença. Dados laboratoriais indicam que 31,6% das amostras analisadas pertencem a esse sorotipo, reforçando o alerta para possíveis complicações clínicas.
Em resposta ao agravamento do cenário, o Estado tem intensificado a campanha de vacinação contra a dengue. Até o momento, MS recebeu 207.796 doses da vacina, com uma cobertura de 51,96% para a primeira dose e 23,96% para a segunda. Apesar do esforço, a adesão ainda está abaixo do esperado, comprometendo a eficácia da imunização em massa.
Além da vacinação, autoridades de saúde reforçam a necessidade de medidas preventivas, como a eliminação de criadouros do mosquito e o uso de repelentes. A população também é incentivada a buscar atendimento médico ao apresentar sintomas como febre alta, dores musculares e manchas vermelhas na pele.
Com a chegada do período de maior proliferação do mosquito, a expectativa é de que os números continuem subindo. O desafio para as autoridades será intensificar as ações de controle e garantir que a população esteja protegida contra uma possível epidemia de dengue.