A organização criminosa desarticulada nesta terça-feira (19/12), durante a operação Ignis deflagrada pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) e a PF (Polícia Federal), se ‘inspirava’ em carteis que atuam no México.
Durante a ação que ocorreu em Salto Del Guairá, na fronteira com Mato Grosso do Sul, o brasileiro Ricardo Luís Picolotto, o ‘R7’ foi preso com armas, munição, dinheiro e celulares. Ele é acusado de enviar armamento para facção brasileira, segundo afirmou a polícia.
Em nota, a Polícia Federal informou que ‘R7’ seria sócio do paraguaio Santiago Acosta Riveiros, o ‘Macho’, e era um dos líderes da quadrilha que vinha exercendo domínio na região de fronteira por meio do tráfico de armas e drogas.
O modus operandi era por meio da prática de diversas ações violentas inspiradas nos principais carteis mexicanos.
Destino das armas
As armas e drogas que saiam do Paraguai por meio do comando do brasileiro Ricardo Luís, tinham como destino o Rio de Janeiro. Pelo modo aéreo, os criminosos recebiam cocaína da Bolívia, e posteriormente remetiam ao Brasil. Pela via terrestre, dedicavam-se ao envio de armas e maconha.
A organização criminosa desarticulada também se caracterizava por ações de extrema violência contra facções rivais e contra policiais e militares das Forças Armadas, tanto brasileiras quanto paraguaias.
Um dos líderes do grupo investigado, um homem paraguaio, é considerado foragido da Justiça Federal pelo envolvimento no homicídio de um militar do exército brasileiro em 2020, ao resistir a uma abordagem realizada por militares brasileiros a uma das embarcações do grupo, que navegava no Rio Paraná carregada com mais de meia tonelada de maconha. Por esse motivo, seu nome está na Difusão Vermelha da Interpol.
No Paraguai, ele ainda é acusado pelo assassinato de um policial e por promover diversos ataques a tiros a delegacias, além de operações de resgate de presos.
Chama a atenção o arsenal bélico apreendido com o grupo, em uma área rural na zona de Salto del Guairá, no Paraguai, próximo à fronteira brasileira. Fuzis, grande quantidade de munição e uma metralhadora antiaérea foram apreendidos na ação, que segue sendo realizada na região, com a destruição de pistas clandestinas de pouso utilizadas para envio de cocaína e armas ao Brasil.