Os policiais civis do Mato Grosso do Sul realizaram na quinta-feira (5/9), uma paralisação das 8h às 12h como forma de protesto pela falta de cumprimento de um acordo firmado com o governo estadual. De acordo com presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul, Alexandre Barbosa, o Poder Executivo havia assinado uma carta de compromisso com a categoria, mas até o momento não cumpriu o que foi prometido.
“A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul é uma das melhores do Brasil. Todos os anos, rankings nacionais são elaborados e estamos sempre entre os primeiros, seja em primeiro ou segundo lugar, em termos de resolução de crimes. Infelizmente, apesar desse desempenho, somos uma das polícias com os piores salários do país”, afirmou o presidente Alexandre Barbosa.
O movimento tem como objetivo pressionar o governo para retomar as negociações e cumprir o que foi acordado. “Estamos realizando manifestações para que o governo volte à mesa de negociação com a categoria e cumpra o que prometeu. Não queremos estar nesta situação, mas o governo está nos obrigando a adotar essas medidas”, lamentou ainda Barbosa.
Os agentes atualmente trabalham na forma ‘cumpra-se-a-lei’, que significa apenas cumprir o que está estabelecido nas atribuições.
“Estamos sobrecarregados. Há mais de 900 vagas não preenchidas na Polícia Civil do estado, o que acaba sobrecarregando ainda mais aqueles que estão na ativa. Isso afeta diretamente a produtividade, que caiu bastante. Não estamos em greve, mas estamos trabalhando apenas o necessário, dentro do que é exigido pela nossa carga horária”, pontuou o presidente”.
O indicativo de greve já foi aprovado pela categoria, e, caso não haja avanços nas negociações o governador Eduardo Riedel, a situação poderá se agravar.
“Se o governo não abrir o diálogo e retomar as negociações, vamos continuar com o movimento. Há previsão de paralisações de 12 horas, 24 horas e, eventualmente, uma greve geral. A decisão sobre a greve será votada nas próximas semanas. Esperamos que isso não seja necessário, mas, se for, vamos lutar pelo que é nosso por direito", concluiu Alexandre Barbosa.
Riedel não atenderá os pedidos
Ontem, o governador Eduardo Riedel disse que a manifestação dos policiais civis é legítima, no entanto, o Estado não conseguirá atender a exigência de tornar a categoria a sexta profissão com melhor remuneração do país.
Os agentes querem reajuste de 28% no subsídio, para que o salário atinja a sexta posição no ranking nacional, aumento do auxílio-alimentação para R$ 800, implementação do auxílio-saúde equivalente ao dos delegados, plantões voluntários remunerados e adicional de fronteira.
“Toda a negociação, com qualquer categoria, o diálogo está sempre aberto. Uma coisa que eu prezo muito no governo é a relação aberta com os servidores. Eles são o que temos de mais importante para oferecer para a sociedade, e não é diferente com a Polícia Civil de MS. Temos que manter o equilíbrio fiscal, que é uma premissa para o crescimento. Temos esse limite, não podemos atender. O movimento é legítimo e estamos de portas abertas, mas temos esse limite”, disse Eduardo Riedel.
Segundo Riedel, a gestão sugeriu que houvesse a incorporação do auxílio alimentação à folha de pagamento. Na época, o valor de R$ 400. E, segundo Riedel, impactaria os cofres públicos em R$ 40 milhões.