A operação ‘Ultima Ratio’ deflagrada nesta quarta-feira (24/10), pela PF (Polícia Federal), apreendeu dólares e R$ 2,7 milhões na casa de um dos desembargadores alvos da ação, que investiga corrupção e venda de sentenças para favorecer determinados escritórios de advocacia. No cumprimento dos mandados, os federais apreenderam, ainda, revólveres, pistolas e espingardas.
A Polícia Federal divulgou uma foto que mostra mesa de vidro praticamente toda preenchida com maços de dinheiro, formados por notas de R$ 50, R$ 100 e R$ 200, além de dólares. O nome do desembargador onde o material foi apreendido não foi revelado.
As equipes ainda apreenderam maços de dinheiro no console de um dos carros.
A Operação Ultima Ratio cumpre 44 mandados de busca e apreensão em Campo Grande (MS), São Paulo (SP), Cuiabá (MT) e no Distrito Federal.
A investigação é desdobramento da operação ‘Mineração de Ouro’, que teve sua primeira fase deflagrada em junho de 2021 e teve mais duas etapas, culminando no afastamento de três conselheiros do TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul): Iran Coelho das Neves, Waldir Neves e Ronaldo Chadid. Naquele trabalho, a PF apurou desvio de recursos públicos por meio de fraudes em licitações de obras em MS.
Agora, a operação apura o favorecimento dado a escritórios de advocacias em processos milionários. Há indícios de envolvimento de advogados e filhos de desembargadores do TJMS. Foram identificadas, por exemplo, situações em que o magistrado responsável pela decisão já havia sido sócio do advogado da parte interessada.
Os desembargadores da ativa, investigados na operação, foram afastados das funções, conforme determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça): Marcos José de Brito Rodrigues; Vladimir Abreu; Sérgio Fernandes Martins; Sideni Soncini Pimentel; e Alexandre Aguiar Bastos.
Também apura envolvimento de dois desembargadores já aposentados: Júlio Roberto Siqueira e Divoncir Schreiner Maran.