A Justiça de Mato Grosso do Sul negou o pedido de anulação do julgamento da ex-lutadora de MMA, Jéssica Leite Ribeiro, de 23 anos, condenada a 17 anos e seis meses de prisão por matar o enteado, de um ano e meio, em 16 de agosto de 2018, na cidade de Dourados.
Atualmente, Jéssica cumpre pena no presídio feminino de Corumbá, por homicídio qualificado por meio cruel. Ela é acusada, segundo as investigações, de ter pisado na criança e ainda incentivado a irmã, de três anos, a apertar a barriga do menino. Ela alegou que fez isso, pois acreditava que o menino estava constipado.
Segundo o Campo Grande News, a decisão foi publicada nesta quarta-feira (9), no Diário da Justiça, por meio da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
“Não há que se falar em nulidade do julgamento, eis que o dolo é inequívoco”, afirma o documento. A decisão de segunda instância recorda que Jéssica tinha colocado o bebê sobre uma bancada para preparar a mamadeira. A criança caiu e começou a chorar.
Conforme a publicação, Jéssica ficou irritada.
“A vítima, obviamente, não cessava o choro, no que a ré ajoelhou-se, apertou com muita força a barriga, flexionou-lhe as pernas, pisou-lhe nas costelas, pedindo, a todo tempo, para a menina apertar a barriga do irmão. A criança, já no colo da ré, suspirou e morreu”, menciona a decisão publicada hoje.
Para o Tribunal de Justiça, o meio cruel está patente, “haja vista que se comprovou que o meio impingido prolongou em demasia o sofrimento da criança, além de ter exposto sua irmã a uma cena de horror inesquecível”.
Pai condenado
O pai da criança, Joel Rodrigo Ávalo dos Santos, de 27 anos, conhecido também como ‘Joel Tigre’, e também lutador de MMA, foi condenado em março, após júri popular, a um ano e 15 dias de prisão, por homicídio culposo.
Como ele estava preso há quase um ano e sete meses, o juiz Eguiliell Ricardo da Silva expediu o alvará de soltura logo após a sentença.
Quanto à Jéssica Leite Ribeiro, de quem o menino estava sob os cuidados no dia do fato, os jurados entenderam que ela “agiu com dolo intenso, evidenciado pelas várias lesões apresentadas pela vítima, provocadas por diversas ações contundentes da ré para alcançar o óbito”.
Na sentença, o juiz citou que Jéssica cometeu o crime na frente da irmã de Rodrigo. A menina de três anos à época, também filha de Joel Tigre, foi, segundo o magistrado, submetida a grande sofrimento em decorrência do ocorrido, conforme relatório psicológico anexado ao processo.