Antonio Batista Rodrigues, o “Rodriguinho”, foi preso em junho do ano passado em Assunção e expulso ontem do Paraguai
Alvo de 14 mandados de prisão por sequestro, homicídio, tentativa de homicídio e organização criminosa, o ex-policial militar de Mato Grosso do Sul Antonio Batista Rodrigues, o “Rodriguinho”, foi extraditado ontem (27) do Paraguai e entregue à Polícia Federal brasileira.
Ele é acusado de ter contratado os pistoleiros que atacaram o acampamento de índios na Fazenda Brasília do Sul, em Juti, em 2003. Sete índios ficaram feridos e o cacique Marcos Verón, na época uma das principais lideranças dos guarani-kaiowá em Mato Grosso do Sul, foi espancado e morreu com traumatismo craniano.
Rodriguinho, de 60 anos de idade, tinha sido localizado pela polícia paraguaia em junho do ano passado morando em hotel em Assunção, capital do Paraguai, por força de mandado de prisão internacional.
Na tarde de ontem, o país vizinho concluiu o processo de extradição e no posto de controle migratório de Pedro Juan Caballero entregou o ex-PM a agentes da PF em Ponta Porã. A reportagem apurou que Rodriguinho vai ser transferido para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados). Ele nega as acusações e afirma ser pecuarista no território paraguaio.
A prisão preventiva do ex-PM foi decretada pela 1ª Vara Federal em Dourados em 25 de janeiro de 2010. Na época, a Justiça Federal aceitou a denúncia contra ele com base no depoimento de outro denunciado pelo ataque aos índios, Odirley Rodrigues Fontes, o “Baianinho”, que apontou Rodriguinho como a pessoa que o contratou para atacar os índios e forneceu as armas.
Em maio de 2016, ao negar habeas corpus ao ex-PM, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki (morto em acidente aéreo em janeiro de 2017) citou que Rodriguinho também era procurado por homicídio em Rondônia.
A ação penal contra Rodriguinho pelo ataque ao acampamento indígena que deixou sete feridos por espancamento e tortura tem outros 23 réus, entre eles o dono da fazenda Brasília do Sul, Jacintho Onório da Silva Filho.
A denúncia do MPF (Ministério Público Federal) aponta Jacintho Onório como mentor intelectual e financeiro dos crimes, responsável pela contratação de pessoas, fornecimento de veículos, alimentação, armas e munições, além de planejar os ataques aos indígenas acampados na fazenda dele, nos dias 12 e 13 de janeiro de 2003.
O fazendeiro responde por homicídio duplamente qualificado, tentativa de homicídio qualificado (7 vezes), tortura, sequestro (7 vezes), formação de quadrilha armada e dano qualificado.
Em março de 2011, Jorge Insabralde, Carlos Roberto dos Santos e Estevão Romero foram condenados a 12 anos e 3 meses de prisão em regime fechado por sequestro, tortura, lesão corporal, formação de quadrilha armada e fraude processual. O julgamento ocorreu em São Paulo e durou cinco dias.
Mais dois expulsos – Outros dois bandidos brasileiros presos no Paraguai foram expulsos ontem daquele país e entregues aos federais brasileiros no mesmo ato.
Lucas Tadeu Bresciani, preso em janeiro deste ano em Yby Yaú, é apontado como membro do PCC (Primeiro Comando da Capital). Jacinto Mareco Arguelho, preso semana passada em Pedro Juan Caballero, é procurado pela Interpol.
Fonte: campograndenews