Acadêmicos brasileiros de cursos de medicina na Argentina estão abandonando as universidades transferindo para o Paraguai o sonho de ser médico.
Com alto custo de vida e em ascensão, a Argentina vive uma forte crise financeira, inviabilizando a permanência de brasileiros que a cada mês veem os gastos com moradia e alimentação aumentarem muito.
E esses mesmos acadêmicos estão encontrando no Paraguai a melhor alternativa para seguir a carreira de medicina.
O valor da mensalidade bem menor e o baixo custo de vida são os principais combustíveis para essa tomada de decisão, ou seja, deixar o tempo de estudos na Argentina para iniciar ou prosseguir nos cursos de medicina no Paraguai.
Na Argentina, os dados oficiais de empresas de consultoria apontam que o valor da mensalidade da faculdade, que, no início, era de R$ 500, chegou ao patamar de R$ 3.000.
O preço do aluguel também aumentou progressivamente —começou custando cerca de R$ 2.300, depois subiu para R$ 3.700 e hoje está em quase R$ 4.700.
A crise financeira argentina, porém, tem afetado a vida dos estrangeiros, que dependem de recursos enviados de fora.
No Paraguai, por exemplo, a Universidade Central do Paraguai (UCP) em Pedro Juan Caballero possui mensalidade inicial de G$ 2 milhões (dois milhões de guarani), em torno de R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais) no câmbio deste dia 07 de novembro.
O aluguel de um imóvel com até dois quartos gira também nesse valor, dependendo da localização e das condições do prédio. É possível encontrar tanto em Ponta Porã quanto em Pedro Juan Caballero valores menores.
Dados do serviço de migração da Argentina apontam que neste ano, milhares de jovens brasileiros pediram baixa na documentação de permanência no país, indicando a saída definitiva. Boa parte são acadêmicos de medicina que optaram em deixar tudo para trás diante da inviabilidade financeira insustentável.
Estrutura
Além do valor da mensalidade compatível ao orçamento familiar, a Universidade Central do Paraguai em Pedro Juan Caballero tem uma moderna e ampla estrutura de ensino.
Desde o primeiro semestre, o futuro médico já possui aulas práticas, tendo acesso direto ao ensino de medicina em laboratórios com alta tecnologia.
A UCP mantém cinco clínicas de atendimento médico à população, onde os acadêmicos atuam como estagiários na atenção básica de saúde.