Idenor Machado presidiu a Câmara por seis anos e atualmente está afastado do mandato (Foto: Divulgação)
Começam nesta terça-feira (2) os depoimentos de dez testemunhas de defesa arroladas no processo de cassação do mandato do vereador Idenor Machado (PSDB). Por seis anos, o tucano presidiu a Câmara de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande.
Preso em dezembro do ano passado na Operação Cifra Negra, deflagrada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul para investigar corrupção envolvendo a contratação de empresas de tecnologia pela Câmara, Idenor foi afastado, junto com os também vereadoresPedro Pepa (DEM) e Pastor Cirilo Ramão (MDB).
Cinco testemunhas são esperadas no Plenarinho da Câmara para serem ouvidas hoje. Outras cinco depõem amanhã, também no período da manhã. As dez testemunhas de Pedro Pepa depõem nos dias 4 e 5 e as dez de Cirilo nos dias 9 e 10.
Na sexta-feira (29), uma das cinco testemunhas arroladas pela vereadora afastada Denize Portolann (PR) prestou depoimento. As outras quatro não compareceram e a Comissão Processante contra ela marcou nova audiência para o dia 11 deste mês.
Presa no dia 31 de outubro na primeira fase da Operação Pregão, Denize é acusada de fazer parte do esquema de corrupção instalado no setor de licitações da prefeitura no período em que foi secretária municipal de Educação. Ela ficou 135 dias presa e saiu da cadeia no dia 16 de março, beneficiada por habeas corpus do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Os quatro vereadores foram afastados ainda no ano passado por ordem judicial e convocados os suplentes. Os pedidos de cassação por quebra de decoro parlamentar foram feitos no dia 4 de fevereiro, pelo Movimento Dourados contra a Corrupção.
Ontem, o presidente da Câmara Alan Guedes (DEM) negou o pedido feito por Denize, Pepa e Cirilo para receberem salários mesmo afastados do Legislativo. Os advogados de defesa alegaram que a Lei de Improbidade Administrativa garante o pagamento até o julgamento final da ação.
Alan afirmou que a regra serve apenas para salários e que agentes políticos, como os vereadores, recebem subsídios. Servidora municipal de carreira, Denize continua recebendo o salário da prefeitura.
Helio Freitas