O governador Eduardo Riedel classificou como “criminosa” a ação registrada na zona rural de Caarapó, onde um grupo formado por cerca de 50 indígenas invadiu a Fazenda Ipuitã, em Caarapó, e incendiou estruturas e levou animais. Em declarações nesta segunda-feira (27/10), durante agenda de visita de obras em Dourados, o chefe do Executivo estadual afirmou que o episódio não pode ser confundido com a pauta legítima dos povos indígenas e pediu celeridade nas investigações para identificar os responsáveis.
“A ação foi criminosa. Invadir uma propriedade privada, incendiar e levar animais, isso é uma ação criminosa. Nós não podemos confundir política pública com as comunidades indígenas. Vamos manter firme o compromisso de melhorar a qualidade de vida da população indígena, mas dentro da lei.”
Riedel destacou ainda que, segundo informações preliminares, o ato teria sido promovido por um pequeno grupo aliciado por interesses externos, e que há indícios de financiamento e orientação por parte de terceiros.
“A polícia está investigando, e eu pedi urgência nesse processo para apurar a responsabilidade. Esse pequeno grupo atua sob o comando de alguém, sob o financiamento de alguém. E é esse alguém que nós vamos atrás”, reforçou.
O governador mencionou também a alegação de que o suposto sequestro de uma adolescente teria sido o estopim do conflito, mas ponderou que não há provas nem testemunhas confirmadas até o momento.
“É sempre uma alegação, sempre uma discussão nesse sentido. Aí não tem prova, não aparece, não tem testemunha. Se foi, a polícia tem que ir atrás também. Mas uma coisa não justifica a outra”, afirmou.
Riedel ressaltou que o governo estadual atua em coordenação com o governo federal, o Ministério dos Povos Indígenas e o Judiciário para encontrar soluções pacíficas e sustentáveis para a região.
“Temos que tratar as coisas com responsabilidade, e a ordem vai prevalecer nesse Estado”, concluiu.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, também comentou o episódio e defendeu a punição dos envolvidos.
“Crime é crime, e merece ser investigado, processado e julgado. Eu vi que houve menção em relação a uma adolescente — um crime não justifica o outro. Agora está nas mãos da Justiça. O governo federal não é conivente com nenhum tipo de crime”, afirmou.