Márcio Aguillar Iunes, um dos alvos da Operação Offset, deflagrada na manhã desta terça-feira (6), pela Polícia Federal, integrava o a Segov (Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica de MS) até o último dia 30 de setembro. Ele foi exonerado no dia 1º de outubro, conforme publicado no DOE (Diário Oficial do Estado).
Na Segov, Iunes ocupava o cargo de Direção Superior e Assessoramento (símbolo DCA-4), com salário de R$ 10.413,43, conforme o Portal da Transparência. Ele se tornou servidor de confiança em 2 de outubro de 2017, após nomeação assinada pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), para o cargo de Direção Gerencial e Assessoramento (símbolo DGA-2), com ganhos de R$ 5.277,38.
Iunes também foi acusado de agredir, no início deste ano, um dos assessores da deputada federal Bia Cavassa no estádio Arthur Marinho, onde Corumbaense e Maracaju estreavam no Campeonato Estadual 2020. Ele seria um dos responsáveis pela administração do Corumbaense em 2020. Márcio Iunes é irmão do prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes (PSDB) e esposo da Secretaria Municipal de Assistência Social, Glaucia Antonia Fonseca dos Santos Iunes.
Também foi alvos da Offset o secretário municipal Ricardo Campos Ametlla. A reportagem também apurou que a PF foi à residência de Edson Panes de Oliveira Filho, ex-secretário municipal de Segurança Pública de Corumbá.
A Polícia Federal confirmou que houve apreensão de R$ 15 mil em espécie durante o cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão em Corumbá, na Operação Offset, deflagrada pela PF na manhã desta terça-feira (6). Em Campo Grande, foram 5 mandados de busca cumpridos pela PF. Por volta das 8h15, uma viatura chegou ao prédio com um malote.
Ainda não se sabe a relação de Márcio nas supostas irregularidades apuradas. O que já foi confirmado é que a investigação teve início após o recebimento de denúncias apontando supostos desvios de recursos públicos decorrentes de contratos de serviços entre a Prefeitura de Corumbá e uma empresa de engenharia sediada em Campo Grande.
Ainda segundo a PF, o dinheiro desviado seria direcionado aos servidores e empresários. As investigações também indicaram que parte da verba destinada ao pagamento dos contratos é proveniente de repasse de recursos federais.
O nome da operação faz alusão a conhecida técnica de impressão, já que este é o principal ramo de atividade econômica, registrado nos órgãos competentes, da empresa investigada. Destaca-se que ela possui registros de outros ramos de atuação completamente diversos da atividade principal.
Para os investigadores, numa clara tentativa de facilitar a participação em diferentes processos licitatórios, mesmo sem deter outras capacidades necessárias. Em tradução livre para a língua portuguesa, a palavra “offset” significa “fora de alinhamento” ou “fora do lugar”.