Produtores rurais de Douradina realizaram um protesto na tarde desta segunda-feira (22/7), em frente ao MPF (Ministério Público Federal), em Dourados, contra as invasões indígenas que vem ocorrendo naquele município, mais especificamente na região Panambi-Lagoa Rica.
Com frases de efeito e cartazes “Invasão é crime”, e “Paz no campo”, os manifestantes pedem providências rápidas por parte das autoridades para que o conflito entre indígenas e sitiantes cheguem ao fim. A tensão entre os dois grupos teve início na semana passada.
Ao Ligado Na Notícia, o presidente do Sindicato Rural de Douradina, e também produtor rural, Cláudio Prada, disse que os agricultores já enfrentam dificuldades para finalizar a safra do milho, além das ameaças de invadir também as residências.
“Os produtores precisam se defender para não perder suas propriedades, pois com essas invasões, estamos perdendo nossas plantações. A situação está muito tensa, eles já atearam fogo em alguns pontos, por isso, estamos neste protesto, aguardando audiência que possa apontar uma solução para essa situação”, disse Cláudio Prado, ressaltando que os indígenas também deveriam ter suas áreas próprias e deixar os produtores em paz.
A audiência contou com a participação da senadora Tereza Cristina, dos deputados federais, Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, do deputado estadual Coronel Davi e da parlamentar petista, Gleice Jane.
A reunião, mediada pelo procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, também contou com a presença do presidente da Famasul, Marcelo Bertoni.
“Os ânimos estão bem acirrados dos dois lados e a qualquer hora esse conflito pode explodir com mais violência. Estamos aqui para evitar que isso aconteça. Parece que é um indígena de Juti que está alimentando essas invasões, contra a vontade do cacique da aldeia. Aliás, vários são contra a invasão”, afirmou Rodolfo Nogueira à reportagem.
Entre as propriedades invadidas está a do produtor rural Reinaldo Félix de Souza. A família dele vive e trabalha no local desde a década de 70, e diante desse cenário tenso, vê com preocupação o plantio da próxima safra.
“O produtor precisa preparar a terra para a próxima safra, mas em área invadida não se pode entrar. Sem contar que ainda tem muita lavoura de milho para ser colhida. Vai atrasar o plantio de soja, afetar a economia do município e do estado”, afirmou.
Sitiantes afetados pela disputa aguardam em uma sala de espera para serem ouvidos. Representantes da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) também acompanham a reunião.