Advogados de defesa do tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens da Presidência da República, deve prestar novo depoimento à PF (Polícia Federal) para assumir que vendeu joias nos Estados Unidos e depois entregou o dinheiro em espécie ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação foi revelada primeiro pela revista Veja.
Segundo o advogado Cezar Bitencourt, os US$ 35 mil que entraram na conta do pai do tenente-coronel, Mauro César Lourena Cid, eram parte de pagamento feito a Bolsonaro. Ainda de acordo com Bittencourt, Mauro Cid dirá que fez tudo a mando do ex-presidente. Até então, Cid havia se mantido em silêncio sobre o caso. No dia 11 de julho, o ex-ajudante de ordens compareceu à CPMI do 8 de Janeiro e negou relação pessoal com o ex-presidente. Mauro Cid está preso desde maio, em Brasília, por suspeita de ter falsificado cartões de vacinação contra a Covid-19.
Na sequência, Cid virou alvo da PF por suspeitas de participar de um plano de golpe no Brasil. Em depoimento à PF em junho, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro disse que não acreditava em golpe de Estado.
Na quinta-feira (17/8), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal no exterior de Cid, do pai do tenente-coronel, de Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O objetivo é apurar se as contas foram usadas para recebimento dos valores obtidos com a venda dos presentes entregues pelas autoridades árabes a integrantes do governo brasileiro. Pelas regras do Tribunal de Contas da União, presentes deste tipo devem ser incorporados ao acervo da União e não podem ser vendidos como itens pessoais. Bolsonaro e Michelle têm negado as irregularidades e já se colocaram à disposição da Justiça.