Durante sessão ordinária da Câmara Municipal de Dourados na tarde desta segunda-feira (4/8), os vereadores decidiram rejeitar os pedidos de abertura de processo de cassação dos mandatos das vereadoras Isa Jane Marcondes e Ana Paula Benites Fernandes, ambas do Partido Republicanos.
Esta é a segunda vez que a parlamentar “Cavala”, como se autodenomina, escapa de enfrentar processo por quebra de decoro.
Recentemente, um funcionário público protocolou denúncia contra a vereadora Ana Paula, alegando quebra de decoro parlamentar por acúmulo ilegal de funções.
Na denúncia, ele afirmou que Ana Paula está descumprindo leis federais e municipais por ocupar, ao mesmo tempo, dois cargos como professora da Rede Municipal de Ensino (20 horas semanais cada um) e a função de vereadora (44 horas semanais), somando 84 horas semanais de trabalho.
A vereadora que na gestão passada foi secretária municipal de Educação, é professora concursada e está lotada na Escola Municipal Luiz Antonio Álvares Gonçalves, no Jardim Novo Horizonte, onde ocupa o cargo de diretora. O autor da denúncia afirmou que Ana Paula recebeu em julho de 2025 o total de R$ 37,2 mil, sendo R$ 10,5 mil de um dos cargos de professora, R$ 9,3 mil do segundo cargo e R$ 17,3 mil como vereadora.
Por 19 votos a 0, a denúncia foi rejeitada. Ana Paula não participou da votação, como determina o Regimento Interno, e a presidente da Câmara Liandra Brambilla (PSBD) só vota em caso de empate.
Isa Jane
A vereadora Isa Jane Marcondes foi alvo de denúncia por quebra de decoro pela segunda vez em menos de um mês. Ontem, por 16 votos a três, seus colegas rejeitaram a denúncia apresentada pelo médico Luiz Ricardo de Melo Rodrigues Borges pedindo abertura de investigação.
O médico a acusou de abuso de autoridade, exposição indevida e acusações sem provas contra servidor público; ameaças verbais em ambiente de trabalho e instigação pública à hostilidade e escracho contra profissional de saúde.
No dia 3 de julho, Isa Jane Marcondes e Luiz Ricardo foram parar na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) após confusão na unidade de saúde do distrito de Indápolis, onde o médico trabalha.
Durante visita ao local para “fiscalização”, como a própria vereadora define a ação, Isa Jane bateu boca com o médico, que a interpelou por expô-lo em rede social nas vezes anteriores em que ela esteve no posto de saúde. Durante a discussão, ela deu “voz de prisão” ao profissional.
Os dois foram parar na delegacia e incluídos no boletim de ocorrência como vítimas e autores por desacato e difamação. O médico também acusou Isa Jane de utilizar as “fiscalizações” como palco eleitoreiro, visando às eleições de 2026.