A PMA (Polícia Militar Ambiental) localizou e capturou na madrugada desta quinta-feira (24/4), a onça que atacou o caseiro Jorge Avalos, de 60 anos, no Pantanal de Aquidauana, na última segunda-feira (21/4). O animal estava próximo ao local do ataque e agora deverá ser transferido para Campo Grande.
A captura do animal aconteceu três dias depois do ataque ao caseiro. Cerca de dez militares participaram da ação. Conforme informações, a onça é um macho e está mais magro que o normal, pesando 94 quilos.
O animal deverá ser encaminhado para o Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) da Capital, onde passará por avaliação.
Nessa quarta-feira (23/4), o secretário-adjunto da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Artur Falcette, disse em coletiva de imprensa que 12 policiais da Polícia Militar Ambiental estavam na região do ataque, acompanhados de um professor pesquisador de grandes mamíferos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
Para a captura do animal foram colocadas armadilhas feitas com um laço, uma espécie de corda, para facilitar o manuseio, sem provocar estresse e machucados na onça.
“É muito importante capturar esse animal para preencher algumas lacunas, especialmente para entendermos quais os motivos que pode ter levado ele [onça] a demonstrar esse comportamento tão atípico”, explicou o adjunto da Semadesc.
Ataque que matou caseiro
Sobre o ataque que matou o caseiro, cujo restos mortais foram encontrados na terça-feira (22/4), o coronel José Carlos Rodrigues pontuou que os ataques de onças não são comuns. “Não é um comportamento normal, não tem relato de ataque de animais na área e esse foi o primeiro”, afirmou.
Outro destaque feito durante a coletiva de imprensa é em relação a ‘ceva’ – que consiste em alimentar onças para que turistas possam fotografar. Além de crime, a prática é extremamente perigosa, já que coloca em risco não só a vida do animal como a dos humanos.
As autoridades esclareceram que o pesqueiro onde ocorreu o ataque ao caseiro não será fechado, já que é uma propriedade particular. Porém, a orientação é que a população evite alimentar os animais.
Como o ataque ao caseiro repercutiu nacionalmente, diversas fotos e vídeos circulam pela internet. Por isso, essas imagens serão encaminhadas para perícia.
“Amanhã as câmeras de gravação do local, vídeos e fotos que mostram um pouco da lida do dia a dia desses animais seguirão para a perícia. Então, provavelmente nos próximos dias teremos os resultados da perícia”, finalizou Artur Falcette.
O ataque
A suspeita é de que a onça tenha aparecido na casa em que Jorge morava enquanto ele fazia café, por volta das 5h30 de segunda-feira.
Amigos e parentes acreditam que Jorge se apavorou e tentou correr, mas foi cercado pelo animal no meio do deck que leva até as águas. Ali mesmo, a onça teria partido para cima do caseiro e arrastado seu corpo mata adentro, passando pelo rio.
Logo cedo, turistas foram até o local para comprar mel e se depararam com os vestígios no caminho. Muito sangue, vísceras e pegadas foram encontradas na área do ataque.
Após receber a denúncia, a PMA deslocou um helicóptero até a área para tentar localizar o corpo e confirmar o ataque. As buscas foram encerradas após os restos mortais serem encontrados na manhã de terça-feira, um dia depois do desaparecimento do caseiro.