A Polícia Civil identificou e prendeu ontem (25), Mateus Nucci, de 23 anos, o assassino confesso de Lúcia Maria Bezerra dos Santos, de 64 anos, morta violentamente com uma faca de serra, na noite da última sexta-feira (19), na Rua Tiozo Kai, Residencial Portal do Parque, em Nova Andradina.
O autor é sobrinho da vítima, conhecia a casa e alegou, em depoimento, que a motivação do homicídio foi porque, ao invadir a casa para tentar estuprar a idosa, a mulher o reconheceu, dizendo que iria contar para a mãe do jovem o ocorrido.
Policiais civis, por meio da SIG (Seção de Investigações Gerais), em conjunto com a DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher), após diversas diligências, interrogou cinco pessoas em todo o Vale do Ivinhema e no interior de São Paulo, até chegar a Mateus, que, em depoimento, não conseguiu sustentar sua inocência e acabou confessando e detalhando o crime.
Conforme o delegado Rafael de Souza Carvalho, na residência foi encontrado o corpo da vítima caído entre a cozinha e sala junto a uma poça de sangue, com as calças abaixadas e uma perfuração profunda no pescoço, dando indicações de que havia sido estuprada. Já em primeiro momento, a hipótese de latrocínio foi descartada, uma vez que nenhum pertence da mulher foi roubado.
Detalhes do crime
Segundo a delegada da DAM, Daniella Oliveira, o assassinato não foi premeditado. Mateus relatou à polícia que chegou do trabalho por volta das 20h de quinta-feira (18), se deslocou até a casa de um tio, acompanhado de um amigo, lá ingeriram bebidas alcoólicas junto com algumas mulheres que também estavam no local e depois seguiram para um prostíbulo.
O acusado não soube explicar porque não teve relações sexuais nem com as meninas que estavam na casa do tio e nem com as garotas de programa. Sem motivos aparentes, Mateus deixou o carro na casa do tio, pegou a moto e foi até a residência de Lúcia.
Em frente à casa da vítima, ele deixou o veículo, o capacete e o celular para fora do imóvel, mas não tinha certeza se Lúcia estava acompanhada do filho, que mora com ela. O autor observou por um tempo e, quando viu que a vítima acendeu uma luz, pulou o muro, chutou a maçaneta da porta, arrombando-a, e foi em direção da mulher.
Segundo Mateus, Lúcia não o reconheceu inicialmente por estar escuro no local. Ele já chegou a empurrando e ficou por baixo da vítima, forçando as relações sexuais.
A mulher o reconheceu e passou a dizer: "Mateus, vou contar para sua mãe o que você tá fazendo". Ela conseguiu pegar uma faca de serra para se defender, porém o autor tomou a arma branca de sua mão e desferiu contra o pescoço da vítima.
Ainda de acordo com o rapaz, ele se levantou logo após o crime, com as mãos sujas de sangue, pulou o muro e saiu com a moto, vindo a descartar a faca próximo ao córrego Umbaracá. Em seguida ele seguiu pelo anel viário e foi até a casa do tio, onde retirou a roupa e jogou numa fossa.
Jovem foi ao enterro da vítima
No outro dia, Mateus foi para a casa de familiares em Nova Casa Verde, voltou para Nova Andradina, onde foi no velório de Lúcia, depois foi até a casa da namorada no assentamento Aldeia. O autor disse ainda que, quando retornava de viagem da empresa em que trabalha, pousava algumas vezes na casa de Lúcia, mas que nunca sentiu atração por ela.
Ele possui passagem por furto, que configurou uma tentativa de estupro, já que o modus operandi foi semelhante ao ocorrido no Portal do Parque. Na época, o autor visualizou duas adolescentes em uma casa, arrombou a porta, mas se assustou e correu sem levar nada e o caso acabou registrado como tentativa de furto.
(Jornal da Nova)