Agentes da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) prenderam o casal Derlis Francisco Rivas Benitez e Liz Floria Alverico Alfonso, acusado de liderar o tráfico de drogas entre o Paraguai e o Brasil. A ação ocorreu na quinta-feira (14/11), em La Paloma, no Departamento de Canindeyú.
Segundo a polícia, Delis e Liz foram presos em um hotel da cidade durante a operação Ñemi, deflagrada após a ‘Pó de Serra’ da PF (Polícia Federal), em Amambai, Naviraí e Mundo Novo, na última terça-feira (12/11), quando foram expedidos 63 mandados judiciais, sendo 27 de prisão no Paraná e Mato Grosso do Sul, e 36 de busca e apreensão.
Além da prisão do casal, os policiais paraguaios apreenderam 17 caixas de 20 cartuchos, 52 cartuchos de nove milímetros, 58 cartuchos 2,23, calibres 17 12, duas espingardas de calibre 12 com quatro carregadores, sendo dois para cada espingarda. Ainda foram apreendidos duas máquinas de contar notas e revistas de nove milímetros.
Já no Brasil, foram joias, 44 veículos, dois barcos, 14 armas, 684 munições, além do congelamento de contas de valor superior a 69 milhões de dólares, vinculadas a 31 investigados.
Investigação
No final de 2023, um casal foi preso em flagrante em Guaíra (PR), transportando 53 quilos de cocaína, cujo destino era a cidade paranaense Umuarama.
Durante o Inquérito Policial foi possível vincular 11 flagrantes de tráfico de drogas à atuação da organização criminosa. No total, foi apreendida quase 1 tonelada de cocaína, porém estima-se que desde 2020, o grupo criminoso tenha transportado mais de 20 toneladas da droga.
Para realizar o transporte, o grupo utilizava homens e mulheres, simulando um casal, com a finalidade de dissimular o real motivo da viagem em caso de abordagens policiais ocorridas no trajeto.
Os motoristas da quadrilha normalmente carregavam a droga em Pedro Juan Caballero e desciam até a região de Katueté, por uma rodovia brasileira que corta as cidades de Amambai, Tacuru e Sete Quedas.
Dentro do Paraguai, os criminosos decidiam se retornavam para o Brasil na região de Guaíra ou Foz do Iguaçu. O destino da droga incluía diversas cidades, dentre elas: Umuarama, Maringá e Curitiba, assim como cidades localizadas em Santa Catarina como Balneário Camboriú, Itajaí e Joinville.
A investigação contou com o apoio do Gise (Grupo de Investigações Sensíveis) da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai) e a deflagração teve apoio de equipes do BPFron (Batalhão de Polícia de Fronteira) da Polícia Militar do Paraná e do Tigre (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial) da Polícia Civil do Paraná.
Os envolvidos deverão responder pela prática de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e participação em Organização Criminosa.
Esses crimes possuem penas máximas que, somadas, podem ultrapassar 55 anos de prisão.