A Polícia Civil de Mundo Novo, espera autorização judicial para ter acesso ao conteúdo do celular e do computador da menina de 11 anos morta com um tiro na cabeça na noite deste domingo (17). Segundo testemunhas, ela mexia no aparelho minutos antes do tiro.
Ainda no local do crime a mãe da menina contou a delegada Allana Mariele Mazaro Zarelli, titular da delegacia da cidade e responsável pelo caso, que mais cedo à filha assistia um desenho na sala de casa, mesmo ambiente em que ela e o marido recebiam um casal de amigo.
“Ela saiu brava da sala porque o barulho que os adultos faziam estava atrapalhando ela assistir o desenho, tomou banho e foi para o quarto”, contou a delegada. Sozinha, a criança ficou mexendo no celular, assistindo vídeos, até ter o celular tomado pela mãe. “A mãe foi ao quartou, tentou convencer ela a voltar para sala, mas ela não quis e a mãe tomou o celular. Cinco minutos depois aconteceu a tragédia”.
A família não soube detalhar a polícia o que a menina assistia no aparelho e por isso o pedido para acesso do conteúdo foi feito a justiça. Conforme Zarelli a investigação agora busca esclarecer como o crime aconteceu, se alguém de alguma maneira auxiliou ou estimulou o suicídio. “Não é possível descartar, por exemplo, que foi um disparo acidental”.
Para a polícia, a família relatou ainda que a menina era uma típica pré-adolescente e não demonstrava sinais de tristeza, mas estava mais nervosa nos últimos dias. Além do celular e do computador os policiais apreenderam um caderno com alguns textos em que ela demostrava infelicidade. “Não sabemos se a caligrafia é dela, ainda não foi feito o reconhecimento. O que sei é que o nome dela estava na capa e o caderno estava nos materiais escolares dela”.
Conforme a delegada, a pistola .40 usada pela menina é de uso pessoal do pai dela, que é Subtenente da Polícia Militar. A arma estava guardada em uma gaveta, que não ficava trancada, no mesmo cômodo onde ocorreu o disparo. À polícia, a mãe da menina afirmou que, mesmo sendo militar, o pai nunca ensinou a filha a manusear as armas que tinha em casa.
“A arma tinha registro, era de uma marca que pode se ter em casa, de um calibre que pode se ter”, destacou Zarelli. O pai da criança é policial militar há 33 anos e chegou a trabalhar como instrutor do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência) na região.