Equipes da PM e do DOF cercam área na região oeste de Dourados. Alguns jornalistas também tiveram que deixar o local
O clima ainda é de extrema tensão na área em que ocorreu confronto entre índios e seguranças de sitiantes nesta sexta-feira (3) em Dourados. Policiais militares e equipes do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) foram para o local após a troca de tiros que deixou um segurança em estado gravíssimo e três índios feridos.
Tiros foram disparados do lado onde estão os índios em direção às equipes do DOF, segundo relatam policiais presentes ao local. Equipes de jornalistas que estavam próximas tiveram de deixar a área e um carro de reportagem teve o vidro traseiro, a lataria e o farol danificados pelos índios.
O incêndio provocado pelos índios após o confronto já foi controlado em dois pontos, mas continua em áreas onde o grupo não permite a entrada das equipes do Corpo de Bombeiros.
A área de confronto fica entre o anel viário e a Avenida Guaicurus, na região oeste do município de Dourados. Grupos indígenas vindos de várias partes de Mato Grosso do Sul estão acampados nos arredores dos sítios desde outubro de 2018. Eles reivindicam a inclusão das terras na reserva de Dourados, criada em 1917.
Nesta sexta-feira, os índios teriam feito outra tentativa de invasão e houve confronto com seguranças particulares contratados pelos sitiantes. Eles chamam o local de “Retomada Nhu Verá”. O local já foi palco de vários confrontos, inclusive com a Polícia Militar, mas nenhum tão grave como o de hoje.
A troca de tiros deixou feridos os índios Modesto Fernandes, 47, Gabriel Vasque e Paulo Gonçalves Rolim. Modesto e Paulo levaram tiros no rosto e no peito e Gabriel foi ferido na perna. Também ficou ferido o segurança Wagner André Carvalho, 31, atingido com tiro no tórax. Todos estão no Hospital da Vida.
Em grupos do aplicativo WhatsApp circulam fotos de outros índios com ferimentos nos braços e na cabeça, mas ainda não procuraram atendimento médico.
Os policiais continuam na área, mas não há informação sobre prisões. Um oficial disse à reportagem que a situação é de extrema tensão e de alto risco de novos confrontos, inclusive com a polícia.