O jornalista brasileiro Léo Veras, assassinado na noite desta quarta-feira (12) na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, na linha internacional com o município sul-mato-grossense de Ponta Porã, foi amordaçado por pistoleiros após levar vários tiros. O objetivo dos executores era deixar recado de silêncio e medo para outros profissionais da imprensa que atuam na fronteira.
Conforme apurado, ao menos quatro pessoas teriam participado do homicídio. A vítima estava em casa, jantando com a família, quando o grupo invadiu o local. Um dos autores ficou no veículo modelo Jeep Grand Cherokee usado no transporte, e outros três realizaram o ataque. Logo ao levar os primeiros tiros, Léo correu para os fundos da residência, uma área escura, na tentativa de se proteger, mas foi perseguido.
Lá, os criminosos os terminaram de matá-lo com o total de 12 disparos. Em seguida o amordaçaram. Vídeos do local do crime divulgados logo após o assassinato mostram um pano branco, ensanguentado, que foi usado para tapar a boca do jornalista. A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) falou nesta quinta-feira (13) que não aceitará que o crime fique impune.
Criminoso baleadoInformações apontam ainda que, enquanto estavam perseguindo a vítima, um dos pistoleiros acabou atingido por fogo amigo. Por conta da tensão que envolvia a ação e também por estar escuro, os demais atiradores imaginaram que o comparsa pudesse ser uma testemunha, ou alguém em defesa de Léo, e atiraram nele.
Logo em seguida os três voltaram para o veículo que os aguardava e fugiram. Até o momento não foram identificados. Léo Veras era dono do site Porã News, um dos principais veículos de comunicação na fronteira. Ele residia em Pedro Juan Caballero, onde está sendo velado, mas será sepultado em Ponta Porã. Além de abalar amigos e familiares, o crime chocou a imprensa e impressionou até mesmo policiais que o conheciam do dia a dia.
( Renan Nucci e Marcos Morandi )