A operação de inteligência coordenada pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai que desarticulou, na última segunda-feira (24/11), uma estrutura criminosa sofisticada da facção CV (Comando Vermelho), revelou que o grupo abastecia o tráfico internacional de drogas e armas.
Segundo autoridades paraguaias, a célula desmontada planejava repor parte do arsenal perdido em ações policiais recentes no Rio de Janeiro, que resultou na morte de mais de 100 bandidos e também de policiais.
A facção utilizava rotas terrestres pelas fronteiras secas para escoar armamentos e drogas em direção ao Brasil. De acordo com o ministro Jalil Rachid, responsável pela Senad, o alvo da operação era um imóvel que funcionava sob a fachada de oficina de carros importados. Na prática, porém, tratava-se de um centro logístico a serviço do crime organizado.
No local, agentes encontraram cerca de 27 quilos de maconha com alto teor de THC, além de um arsenal pesado, composto por armas de calibre .50, 9mm e 5.56, carregadores, silenciadores e equipamentos táticos de assalto. A estrutura também contava com ferramentas usadas para montar e modificar armas conforme a demanda da facção.
“Os criminosos utilizavam rotas terrestres, empregando veículos de alta potência e outros tipos para escoar o material ilícito através das fronteiras secas”, explicou o ministro.
A Senad informou ainda que a PF (Polícia Federal) brasileira demonstrou interesse no caso, já que a célula operava diretamente sob orientação do Comando Vermelho e mantinha conexão com investigações em andamento no Rio de Janeiro.
Rachid afirmou que as apurações continuam para identificar toda a rede envolvida no esquema transnacional.