Sentença proferida nesta quinta-feira (26), pela Justiça Federal, condenou a mais de oito anos de prisão, inicialmente em regime fechado, por tráfico de drogas, Vanderlei César Hermann, que já está preso na Penitenciária Máxima de Segurança de Naviraí. Ele tem endereço fixo na cidade de Sapucaia do Sul (RS).
Documento ao qual o Ligado Na Notícia teve acesso, cita que, “pela natureza da droga e pela GIGANTESTCA quantidade (reitera-se: maior apreensão de maconha no País - 28 toneladas), exaspero a pena do acusado em 2/3 (um sexto), alcançando, assim, 8 (oito) anos, 7 (sete) meses e 25 (vinte e cinco) dias de reclusão e 866 dias-multa”.
O processo também menciona que o réu confessou o crime durante o julgamento, alegando saber da existência da droga que estava sendo transportada em meio ao milho.
“No domingo à tarde um cidadão, ele se identificou como 'Irmão', me contatou e veio conversar comigo lá no posto, [região de Maracaju], veio conversando, conversando, e perguntou se eu não levaria uma droga para o Rio Grande do Sul, eu aceitei e ele me deixou um telefone, até que carregasse o caminhão. Na segunda-feira eu consegui a carga e chamei ele, larguei o caminhão na entrada de Ponta Porã, porque eu não conheço muito ali, num posto. Ele me pegou de carro e me levou até o hotel. [...] eu tinha que arrumar uma carga pra mim descer, pra mim ir para o Rio Grande do Sul. Eu carreguei em Antônio João, perto de Ponta Porã, foi a transportadora que mandou eu carregar lá. Me deu o endereço da fazenda pra mim carregar o milho. Daí ele me pegou de carro e me levou para o hotel”.
O acusado prossegue os questionamentos, afirmando que deixou a chave no contato do caminhão e alguém pegou. “No segundo trevo de Ponta Porã, que eu não conheço ali, no segundo trevo de Ponta, estava parado na beirada da estrada o caminhão, ele me largou, entreguei o telefone e segui viagem. Ele me ligou só uma, duas vezes, pra ver como eu estava indo na viagem. Eu banquei a viagem da carga de bolacha que tinha trazido para Dourados, eu ia receber lá embaixo, lá no Rio Grande”.
Vanderlei também menciona que após descarregar a carga de bolacha aqui no município, seguiu para Maracaju, com objetivo de conseguir outro carregamento e voltar para o seu Estado.
A apreensão das mais de 28 toneladas de maconha aconteceu em 20 de maio de 2020, na MS-295, próximo ao município de Tacuru. Com ele, os policiais apreenderam 28.020kg do ilícito.
“Consta que na madrugada do dia 20 de maio de 2020, durante diligências realizadas por um Policial Federal num hotel, localizado em Ponta Porã/MS, foi constatado um indivíduo com atitudes suspeitas, sendo que referido indivíduo, aparentemente nervoso, abordou o referido policial questionando-o se era a pessoa que iria buscá-lo. Ato contínuo, com o objetivo de identificar o sujeito, foi solicitada pelo policial ao recepcionista do hotel a lista de hóspedes, oportunidade em que o indivíduo foi identificado. Iniciada a vigilância para verificar quem seria a pessoa que buscaria o denunciado, constatou-se que, por volta das 5h50min, o réu entrou em uma camionete S10 branca, de placas paraguaias”, menciona trecho da denúncia, que prossegue.
“O policial que realizava a diligência tentou acompanhar o veículo, mas depois de algum tempo o perdeu de vista. Após buscas nos sistemas informatizados realizadas pelo policial, constatou-se que o homem possuía 3 (três) caminhões em seu nome e, diante da suspeita de possível transporte de entorpecente, as placas dos caminhões foram repassadas para a Polícia Rodoviária Federal. Na sequência, por volta das 10h00min do mesmo dia, uma equipe da Polícia Rodoviária Federal abordou um dos caminhões – Volvo/FH 540 6x4T, ano/modelo 2016/2017, cor preta, ostentando placas JAC1C49 – na Rodovia MS 295, próximo à cidade de Tacuru/MS, oportunidade em que foi localizada dentro do compartimento de carga grande quantidade de tabletes de maconha”, pontua.
Vanderlei acabou preso em flagrante, e conforme consta nos autos, pelo transporte da droga, ele receberia R$ 40 mil.
Segundo ele, no dia 19 de maio de 2020, se deslocou até Ponta Porã, onde deixou o seu caminhão em um posto na entrada da cidade e uma pessoa que não sabe identificar o levou até o Hotel. Na manhã do dia seguinte, a mesma pessoa buscou o denunciado no hotel e o levou até o segundo trevo da saída sul da cidade, local onde estava o caminhão já carregado com a droga.