Antes mesmo da PC (Polícia Civil) de Dourados concluir as investigações dos assassinatos de Janaína Benites Amarilha, de 36 anos, da sua filha de apenas um ano, Mariana Amarilha Paula, e da idosa Líria Isnarde Batista ocorrido na área de retomada indígena, Avaité Mirim, aos fundos da Aldeia Bororó, nesta segunda-feira (31/3), o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, publicou em seu site que o crime havia sido praticado por homens armados que invadiram a comunidade.
“De acordo com informações recebidas pela pasta, homens armados invadiram o território, efetuaram disparos e incendiaram moradias, forçando os moradores a se refugiarem na mata para preservar suas vidas. Até o momento, a Polícia Civil do Mato Grosso do Sul confirmou três vítimas fatais: uma mulher de 60 anos, uma outra mulher identificada de 36 anos e seu bebê de um ano de idade”, cita um trecho da nota que a reportagem teve acesso, antes de ser retirada do ar após a repercussão negativa.
E foi por volta das 18h30 de ontem, que durante coletiva de imprensa, a polícia afirmou categoricamente que o triplo homicídio não foi motivado por homens armados, tão pouco envolveu questões de reforma agrária, como publicou o ministério de Luiz Inácio Lula da Silva, e propagado até por portais nacionais de jornalismo.
“Não foi identificado qualquer elemento que indicasse a participação de outras pessoas no crime, nem qualquer motivação ligada a questões de direitos indígenas. A suspeita é uma mulher indígena”, afirmou os responsáveis pela investigação, indicando que a autora, já presa, é Oragilda Batista Fernandes, de 29 anos.
Conforme noticiado pela manhã, equipes policiais foram acionadas após a localização de três corpos carbonizados dentro de uma residência incendiada. Com a chegada das polícias Civil e Militar, e ainda da Perícia Técnica, testemunhas relataram ter visto uma pessoa saindo da residência instantes antes do incêndio.
Durante as apurações, os investigadores identificaram Oragilda com queimaduras recentes, compatíveis com o período do crime. O exame pericial confirmou os ferimentos e reforçou os indícios de sua participação. Além disso, ela estava em visível estado de embriaguez.
A investigação revelou que Oragilda, Fabiana e Líria consumiam bebida alcoólica, quando em um determinado momento, ocorreu uma discussão e a indígena atacou a idosa com um pedaço de concreto, asfixiou a criança de um ano e, em seguida, ateou fogo na casa com um líquido inflamável, enquanto a terceira vítima dormia no interior do imóvel.
A autora foi atingida por labaredas, sofrendo ferimentos.
Com base nas provas técnicas e testemunhais, Oragilda foi presa em flagrante pelo crime de triplo homicídio qualificado pelo meio cruel. As investigações também descartaram a participação de outras pessoas no crime, bem como qualquer motivação relacionada a direitos indígenas.