O Ministério Público Federal de Ponta Porã está acompanhando situações de conflitos na aldeia Limão Verde, em Amambai. Os ânimos por lá, de acordo com o Ponta Porã News, estão exaltados e a eleição da nova liderança indígena, prevista para acontecer no domingo (31), foi remarcada para 7 de fevereiro.
Desde 2018 o MPF acompanha e investiga situações de conflitos no local. Além disso, são promovidas reuniões com forças policiais e a comunidade, solicitando providências às autoridades.
“Tramita no MPF um inquérito civil instaurado para mapear os conflitos internos existentes na terra indígena Limão Verde e as formas organizadas pelos indígenas com o fim de administrar a ausência de forças policiais na área. Desde a instauração do referido inquérito, em 2018, o MPF atua como mediador e titular da ação penal, oficiando e promovendo reuniões com forças policiais, com a comunidade e com as lideranças indígenas; fazendo diligências; solicitando providências às autoridades competentes”, esclarece a nota enviada à reportagem.
O Ministério Público também ressaltou que considerando a possibilidade de mais atos de violência, solicitou a presença da Polícia Militar, Federal e do Departamento de Operações de Fronteira na aldeia Limão Verde no dia da eleição.
Entenda o caso
Indígenas que residem na aldeia Limão Verde, em Amambai, foram ao Ministério Público Federal, em Ponta Porã, para denunciar a atual liderança por supostas torturas e ameaças a quem faça ‘oposição’ ao atual líder.
Segundo o relatado por moradores do local, na segunda-feira (25), foram apresentadas denúncias de torturas e ameaças, ao MPF que estariam acontecendo desde o ano passado, quando a atual liderança foi eleita.
De lá para cá, os 3 mil índios que vivem na Limão Verde passaram a viver num clima de ‘tensão’.
Além do MPF, autoridades de Ponta Porã, e a Funai (Fundação Nacional do Índio) participaram da reunião realizada na segunda.
O que diz a liderança
A reportagem escutou a liderança indígena, Alimer Nelson, sobre os relatos de violência como torturas e ameaças que supostamente vem ocorrendo no local.
“A aldeia Limão Verde enfrenta problemas de violência, mas não é como falam. Essas torturas, ameaças não acontecem por parte da atual liderança, isso não procede”, afirma o indígena que, no entanto, admite que há também rivalidades entre grupos.