A Justiça converteu em preventiva a prisão em flagrante do empresário José Edson, de 52 anos, da esposa dele, Wanderlea da Silva, de 46, e do motorista Hugo César, de 58, flagrados no último domingo (18/5), com 230,1 quilos de cocaína escondidos em fardo de erva-mate, em Dourados.
Para a PF (Polícia Federal), o empresário e a esposa contaram que residem em Itaporã e vieram a Dourados a passeio, passaram pela sede de um motoclube perto da churrascaria onde ocorreu a abordagem, mas como o local estava fechado, pararam no estacionamento do estabelecimento “para namorar”. Eles negaram envolvimento com o carregamento de droga e disseram não conhecer o condutor do caminhão.
Já Hugo César afirmou que foi contratado em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, por R$ 5 mil por homem identificado como Pedro Salvador para transportar a droga até Dourados. Disse que, ao chegar ao restaurante, deveria apenas avisar que havia chegado ao ponto de entrega. Segundo ele, aceitou o serviço por enfrentar dificuldades financeiras por causa de problemas de saúde da esposa e afirmou que a transportadora para a qual trabalha não tem qualquer ligação com o crime.
A PRF (Polícia Rodoviária Federal) encontrou a droga durante a operação “Frete Ouro Branco”. O caminhão transportava carga de erva-mate e foi parado na BR-163, sendo o entorpecente encontrado embaixo dos fardos do produto lícito.
A entrega seria feita no pátio da churrascaria na saída para Ponta Porã. Enquanto o caminhão esperava no local, os agentes flagraram o momento em que uma Parati se aproximava para buscar os entorpecentes. O condutor tentou fugir, mas foi alcançado e preso. Era o empresário José Edson, acompanhado da esposa.
O juiz Pedro Henrique Freitas de Paula considerou a quantidade de droga, a forma como foi escondida e o uso de contato oculto como indícios de atuação estruturada. “Tal circunstância afasta, à primeira vista, qualquer alegação de tráfico eventual ou de menor gravidade e revela fortes indícios de atuação em organização criminosa dedicada ao tráfico em larga escala”, escreveu o magistrado na decisão, destacando o histórico do empresário, preso duas vezes pelo mesmo crime.
Pedro Henrique ainda mencionou a tentativa de fuga durante a abordagem.
A defesa chegou a pedir a substituição da prisão de Wanderlea por domiciliar, alegando que ela é mãe de criança menor de 12 anos, mas o pedido foi negado por ausência de documento comprobatório.