Everton Rodrigo Vargas Valenzuela, de 32 anos, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva durante audiência de custódia ocorrida nesta quarta-feira (12/11), em Naviraí. O paraguaio foi preso com três fuzis, carregadores e porções de cocaína e skunk no Bairro Carandá, em Ponta Porã, por policiais da Defron (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira) na terça (11/11).
A Defensoria Pública pediu a liberdade provisória, alegando que Everton tem residência fixa, ocupação lícita e não represetna risco à ordem pública, no entanto, a Justiça decidiu pela manutenção da prisão, porque a investigação aponta que o imóvel onde ele foi preso, funcionava como ponto de distribuição de armas e drogas para grupos criminosos de outros estados.
O Ministério Público contestou o pedido e afirmou ainda que a quantidade de drogas, o valor das armas e a tentativa de fuga indicam periculosidade e risco de reiteração criminosa.
O juiz das garantias Fernando Moreira Freitas da Silva destacou que a apreensão dos três fuzis, avaliados em mais de R$ 200 mil, sugere participação em cadeia criminosa e que a droga encontrada na casa reforça o vínculo com atividades ilícitas.
Também consta na decisão que Everton tentou fugir e se desfazer da mala, demonstrando risco de fuga e possibilidade de frustração do processo penal caso fosse liberado.
A prisão e apreensão
Conforme noticiado anteriormente, policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira passaram semanas monitorando o endereço e compartilhando informações com outras forças policiais devido à circulação de fuzis semelhantes em confrontos recentes pelo país.
Os investigadores receberam relatos de que um homem de nacionalidade paraguaia estaria usando a residência para abastecer facções e que a descrição física coincidia com Everton. Após levantamentos de inteligência, a equipe confirmou que o suspeito, natural de Pedro Juan Caballero, morava no imóvel.
Everton tentou se livrar da mala que carregava as armas e lançou o material por cima do muro ao notar a chegada da polícia. Dentro da bagagem estavam dois fuzis calibre 7.62, um fuzil calibre 5.56, quatro carregadores 7.62 e dois carregadores 5.56.
A polícia encontrou ainda 700 gramas de cocaína e 1,2 quilos de skunk nos fundos da casa. Os fuzis são avaliados em cerca de R$ 70 mil cada na fronteira e podem dobrar de preço em estados como o Rio de Janeiro.
Durante as diligências, ele afirmou informalmente que “não poderia dizer para quem trabalhava” porque seria morto, mas exerceu o direito de permanecer calado no interrogatório oficial na Defron.