Mais um capítulo na história do assassinato tenebroso de Antônio Ricardo Cantarin, de 64 anos, que foi envenenado e esquartejado pela própria esposa, de 61, na semana passada, em Selvíria. O idoso já havia sido acusado de estupro contra uma menina de 11 [anos] em agosto de 2020.
De acordo com o Midiamax, a mãe da vítima, que é conhecida da família de Antônio, informou que, no dia do crime, acontecia um almoço em família na casa dela e o indivíduo estava entre os convidados. Num determinado momento ela estranhou o nervosismo da filha na presença do idoso.
Após as visitas irem embora, a mulher foi conversar com a garota para saber o motivo dela estar nervosa, e ela contou que Antônio teria mostrado seus órgãos genitais e passado as mãos nas partes íntimas dela.
A menina contou ainda que o idoso “ficava pedindo para ela pegar em seu órgão genital”, e que os abusos ocorriam há cerca de dois anos.
A mãe relatou para a polícia que o homem retornou após o almoço na casa dele, já no período da noite, portando uma faca e insistindo para conversar com ela. A mulher afirmou que Antônio sabia que o marido dela não estaria em casa, já que trabalha a noite.
Conforme a matéria publicada pelo Midiamax, a mãe da criança acredita que Antônio teria voltado ao imóvel “com o intuito de fazer alguma maldade”, pois ela teria dito a ele que iria procurar a delegacia para contar o ocorrido com a filha, além de contar para o marido quando ele retornasse do serviço, pela manhã.
O caso foi registrado como ameaça e estupro de vulnerável.
Envenenado e esquartejado
Antônio morreu depois de tomar veneno de rato dado pela esposa, que acabou presa após a descoberta do crime no fim de semana. Além de matar, a mulher também esquartejou o corpo do marido e guardou partes em um freezer, que também era usado para guardar salgados e outros itens que ela vendia.
A autora passou por audiência de custódia no último domingo (28), e teve sua prisão preventiva decretada. Segundo o delegado Felipe Rocha, a idosa contou que deu veneno para o marido beber por volta das 10h do dia 22 deste mês, e ele foi a óbito às 18h. Para que ele tomasse, a mulher disse que era remédio.
Em depoimento, a mulher que trabalhava como salgadeira, disse que depois de dar o veneno para o marido, ia a cada dez minutos ao quarto para ver se Antônio tinha morrido.
Após perceber que o marido estava morto, já que ele ficou com olhos vitrificados, ela colocou um lençol em cima do corpo e foi dormir em outro quarto da casa. Só no dia seguinte, preocupada com o que iria fazer com o corpo de Antônio, ela resolveu esquartejar a vítima.
Para tal ato macabro, a idosa colocou um plástico na cama, e para conter o sangramento, usou panos.
A ocultação aconteceu no dia 24. Como já estava cheirando mal, a mulher colocou o tronco em uma mala preta e o restante em sacos plásticos e armazenou em um freezer.
Como não conseguia carregar a mala com o corpo, a mulher pediu ajuda de dois rapazes, dizendo que na mala havia retalhos de tecidos. Após colocar a mala dentro do carro, a mulher seguiu em direção à rodovia, na saída para Três Lagoas, depois entrou em uma estrada que já conhecia e empurrou a mala da porta do carro e voltou para a cidade.
Ainda de acordo com o Midiamax, como a mulher não conseguiu se desafazer do restante do corpo do marido, pois o carro havia apresentado problema, somente na sexta-feira (26), ela conseguiu deixar as outras partes também na saída para Três Lagoas.
Naquele mesmo dia a polícia apareceu em sua casa. A princípio ela negou, mas entrou em contradição, e acabou confessando o assassinato planejado. Ela também indicou e mostrou aos policiais onde estava o restante do corpo.
‘Não me valorizava’
Antônio sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e tinha dificuldades de locomoção, e segundo a mulher, apesar dos cuidados, o marido, antes de sofrer o AVC não a valorizava, ameaçando e dizendo que ela o roubava. Ela falou que era maltratada por ele.