Perícia realizada na residência onde o casal Anderson Cylis Saochine, de 50 anos, e Gisele da Silva Cylis Saochine, de 40, foi encontrado morto cabonizado na noite desta quinta-feira (2/10), no Monte Castelo, em Campo Grande, revela que a mulher foi esfaqueada antes de ser carbonizada.
Conforme o relato de familiares dela, o casal brigava com frequência e atualmente eles estavam em processo de separação.
Segundo o boletim de ocorrência, Gisele foi esfaqueada no fundo de casa e arrastada até o quarto pelo companheiro, que entrou no carro e jogou material inflamado no corpo e no veículo, momento em que houve o incêndio.
Uma testemunha contou que, durante a tarde dessa quinta-feira (2), Gisele e Anderson teriam discutido.
Já outra familiar falou que o casal tinha uma vivência reservada e brigavam com frequência. No entanto, negou que Gisele e Anderson se agrediam fisicamente.
O crime
O homem foi encontrado sem vida dentro de um veículo Fiat Strada, enquanto o corpo da mulher estava parcialmente queimado no quarto.
Segundo o Campo Grande News, a irmã de Gisele tentou falar com ela por volta das 16h, porém, não conseguiu. Tempo depois, vizinhos alertaram que a casa estava em chamas e acionaram equipes da PM (Polícia Militar) e também do Corpo de Bombeiros que chegou ao local por volta das 19h e controlou o incêndio.
A filha do casal, de 16 anos, foi quem abriu o portão do local ao chegar da escola.
A polícia encontrou marcas de sangue e diluidores de tina no quintal da residência, indicando que uma das vítimas pode ter sido arrastada e que o fogo teria iniciado com produtos inflamáveis. O veículo estava entre a garagem e a casa, próximo à porta aberta, onde o corpo do homem foi localizado.
Ainda de acordo com o site, a Polícia Militar infomou que não há registros de brigas recentes entre o casal. As primeiras análises indicam a suspeita de feminicídio seguido de suicídio, mas a dinâmica do crime ainda será confirmada pela perícia técnica da PC (Polícia Civil).
Gisele é a 27ª vítima de feminicídio em MS
Mato Grosso do Sul já registrou 27 feminicídios em 2025. Antes de Gisele, última vítima foi a idosa de 75 anos, Iracema Rosa da Silva, morta a facadas pelo genro, que foi preso em seguida ao crime, em Dois Irmãos do Buriti.
Confira a lista de mulheres assassinadas em 2025 no estado
Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro
Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro
Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro
Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro
Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro
Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março
Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 de março
Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17 abril
Thácia Paula (Cassilândia) – 11 de maio
Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 de maio
Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucaí) – 23 de maio
Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25 de maio
Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio
Sophie Eugenia Borges, filha de Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio
Eliana Guanes (Corumbá) – 6 de junho
Doralice da Silva (Maracaju) – 20 de junho
Rose (Costa Rica) – 27 de junho
Michely Rios Midon Orue (Glória de Dourados) – 3 de julho
Juliete Vieira – (Naviraí) – 25 de julho
Cinira de Brito (Ribas do Rio Pardo) – 31 de julho
Salvadora Pereira (Corumbá) – 02 de agosto
Letícia Ananias de Jesus (Cassilândia) – 8 de agosto
Dahiana Ferreira Bobadilla (Assassinada no Paraguai, mas encontrada em Bela Vista) — 8 de agosto
Érica Regina Mota (Bataguassu) – 27 de agosto
Dayane Garcia (Nova Alvorada do Sul) – 3 de setembro
Iracema Rosa da Silva (Dois Irmãos do Buriti) – 8 de setembro
Gisele da Silva Cylis Saochine (Campo Grande) – 2 de outubro