O Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), da Unidade de Combate aos Crimes Digitais e de Inteligência Cibernética e da 1ª Promotoria de Justiça de Coxim, deflagrou na manhã desta terça-feira (27), a 2ª fase da operação "Grilagem de Papel”, cumprindo quatro mandados de prisão preventiva, quatro de medidas cautelares e nove de busca e apreensão, todos na cidade de Coxim.
Durante a operação, foram apreendidos aparelhos celulares e documentos relacionados à regularização fundiária urbana e à transmissão de imóveis dos investigados.
A operação cumpriu também três ordens de afastamento de servidores públicos de seus cargos, em razão de suspeitas de envolvimento nos crimes de corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, organização criminosa e outros crimes correlatos.
Foram detidos o empresário Rodrigo Ferreira Lima, ex-gerente de Tributação da prefeitura de Coxim, o arquiteto Thiago Cassiano, ex-gerente de Habitação, o escrivão de Polícia Civil, Márcio Rodrigues da Silva, que atuou na gerência de Tributação, e uma outra pessoa, ainda não identificada.
Conforme apurado até o momento, a organização criminosa, integrada por particulares e servidores públicos, teria fraudado a expedição de diversas certidões de regularização fundiária de terrenos desocupados em Coxim, mas com propriedade definida, sem seguir o procedimento exigido em lei.
A partir dessas certidões ilegais, as propriedades eram transferidas no Cartório de Registro de Imóveis para os próprios envolvidos, seus familiares ou terceiros que pagavam propina para esta finalidade.
O nome da operação “Grilagem de Papel” faz alusão à apropriação ilegal de terrenos de terceiros por meio de documentos fraudulentos.