Foi transferida para o presídio de Jatei, na tarde desta quarta-feira (3), Irene Márcia Teodoro dos Santos Alencar, acusada de tramar com o amante, o roubo e a morte do próprio pai, o agricultor Ireno Dias dos Santos, de 70 anos, no final de agosto de 2021, na região de Dourados. Na época, ela foi presa junto com o amante, Adaias Oliveira Silva.
A polícia passou a suspeitar da participação de algum familiar no crime diante da forma como o mesmo aconteceu. Até porque, apenas os familiares sabiam onde ficava o cofre com os R$ 200 mil, e que foi levado pelos assaltantes.
Diante disso, parentes e até desafetos de Ireno foram intimados a depor, mas apenas Irene entrou em contradição. Outro detalhe que chamou a atenção dos investigadores é que no dia do crime, familiares tiveram dificuldade em contatar Irene para comunicar o ocorrido.
Na delegacia, ao ser questionada sobre onde estava na noite do latrocínio, ela disse que ficou na casa de uma amiga, versão desmentida pela própria colega, que também foi ouvida pela polícia. A mulher chegou a dizer ainda que Irene pediu par que ela mentisse à polícia, porque na verdade, tinha passado a noite num motel, com o amante.
O suposto amante, que seria funcionário de uma casa de carnes em Dourados também foi ouvido pela polícia, mas alegou que não via a mulher há mais de dois meses. Foi então que os investigadores descobriram que Adaias é quem era o verdadeiro amante de Irene.
Ele, cabo da reserva do Exército Brasileiro, inclusive, era colega de trabalho de Irene e CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Atirador).
Diante da suspeita de seu envolvimento no crime, ele foi abordado por volta das 11h de ontem, em seu trabalho, e foi flagrado armado com uma pistola nove milímetros, municiada — mesmo calibre dos tiros que atingiram o agricultor.
O homem foi encaminhado à delegacia por porte ilegal de arma, e na unidade os investigadores apuraram que a pistola tinha exatamente as mesmas características da que foi usada no crime.
Confirmação esta que ocorreu com base no depoimento do neto da vítima, de dez anos, que é filho de Irene, e foi feito refém durante o assassinato.
Aos policiais, o garoto informou que a pistola usada por um dos criminosos tinha três pontos de miras na cor verde, igual a do militar. A criança também contou que o suspeito estava com roupa camuflada do exército e coletes à prova de balas.
Assim como a amante, o celular de Adaias também havia sido formatado recentemente. Além disso, no porta-malas do carro do suspeito, os policiais encontraram amassados, compatíveis com o transporte do cofre.“
Não sabemos se ela estava mantendo esse amante, sustentando ele, mas o resultado acabou sendo o latrocínio”, disse o delegado Erasmo Cubas, chefe do SIG, em Dourados, na época do crime.
Parte do dinheiro roubado está em uma conta do militar e a polícia tenta descobrir para onde foi o restante.