O empresário Júnior da Silva Bonato, assassinado na frente da família no último dia 7, num escritório localizado no Altos da Jaguapiru, em Dourados, havia sido inocentado da acusação de tráfico de drogas. A informação foi repassada pelos advogados Salomão Abe e Ali El Kadri.
Juninho, como também era conhecido, segundo os advogados, era corretor de imóveis e vendedor de veículos. Ele foi morto com mais de dez tiros de pistola por um homem ainda não identificado que fugiu do local com a SW4, encontrada abandonada no dia seguinte.
Os advogados reforçaram a absolvição da vítima, afirmando que, “mesmo Júnior tendo sido injustamente preso preventivamente, como ficou claro a toda sociedade agora ao final do processo, a Justiça foi feita, face sua absolvição”.
A sentença foi proferida pela juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo (SP).
Acusação
Júnior da Silva Bonato foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal), em 2011, por associação para o tráfico internacional de drogas. Ele e outros denunciados vinham sendo investigados desde 2009 e em 2010 os suspeitos tiveram seus telefones ‘grampeados’.
Os advogados dizem que a prisão do cliente se deu porque no caro que ele foi abordado em 1 de marco de 2010 pela PF, havia um “bilhete com o telefone de uma pessoa identificado como Tio, que teria sido citada em mensagem interceptada do dia 2 de fevereiro de 2010”.
Na sentença, a juíza teria considerado que era “forçoso se reconhecer” que tal prova indicaria o envolvimento dele no crime de associação; sendo, portanto, tal elemento “controverso e inconclusivo”, ou seja, não poderia haver uma condenação criminal tão somente com base em um bilhete encontrado no veículo do acusado.
Prisão do sócio
Os advogados Salomão Abe e Ali El Kadri que já tinham sido procurados pela reportagem no começo da semana, quando foi preso o sócio de Júnior Bonato, Rodinei Alves dos Santos, se pronunciaram na mesma nota sobre caso e disseram que a prisão foi ilegal e o fato foi reconhecido pelo judiciário que determinou a soltura de Rodinei que era tido como suspeito de ter participação no crime e por fraude processual, já que destruiu o aparelho celular dele que foi jogado em uma estrada que dá acesso ao distrito Industrial de Dourados.
Em depoimento ele negou participação na morte do sócio e disse que o aparelho foi quebrado, pois tinha conteúdo de cunho sexual e particular dele, da esposa e de outras pessoas.
A liberdade concedida a Rodinei foi considerada acertada pelos advogados que disseram que não havia flagrante e nem provas para sustentar a prisão e que confia no trabalho que vem sendo feito pela polícia, que deverá elucidar o caso com prisão do assassino e dos possíveis mandantes. (Com Ponta Porã News)