Leanderson de Oliveira Júnior, de 18 anos, preso por policiais do SIG (Setor de Investigações Gerais) neste sábado (15/11), confessou em depoimento à PC (Polícia Civil) que matou o padre Alexsandro da Silva Lima, de 43, após ser forçado a praticar sexo oral. Ele afirmou ter usado uma marreta e uma faca para cometer o assassinato e, em seguida, roubou o veículo Jeep Renegade com a inteção de vender por R$ 40 mil no Paraguai.
Conforme consta no inquérito policial, Leanderson afirmou que conheceu o padre através do seu ex-cunhado e relatou que o religioso costumava se aproximar de jovens da região. O padre, segundo o relato, se apresentava apenas como Alex, e abordava estudantes na porta da escola, oferecendo pequnas quantias em dinheiro para encontros.
Leanderson revelou que esteve com o Alexsandro na quarta-feira (12/11), e retornou à casa dele na sexta (14/11), já com a intenção de roubar o carro e o dinheiro. Declarou ainda que o suposto abuso ocorreu quando ficou sozinho com a vítima.
Ainda durante o depoimento, o jovem contou que usou uma marreta encontrada no imóvel para iniciar o ataque e que o padre ainda tentou se defender. Relatou também que utilizou uma faca para concluir a agressão. Depois do crime, Leanderson tomou banho na casa, buscou a namorada e saiu pela cidade com um amigo de 17 anos, que, segundo ele, chegou ao local quando o padre já estava morto.
Os três passaram por conveniências, encontraram conhecidos e depois seguiram em direção a casa de João Victor Martins Vieira, de 18 anos.
Leanderson contou a João o que havia ocorrido e o levou até a casa da vítima, onde mostrou o corpo. O segundo envolvido afirmou que sugeriu buscar uma solução, mas, ainda assim, o grupo continuou circulando pela cidade até a madrugada de ontem. Conforme noticiado anteriormente, duas adolescentes, de 17 anos, auxiliaram na limpeza de portas e objetos, enquanto João recolhia itens da residência, como talheres, panelas, ventilador, bebidas e eletrodomésticos.
Embora fosse pároco na igreja Nossa Senhora Aparecida, em Douradina, o padre Alexsandro matinha uma casa no Jardim Vival dos Ipês, em Dourados, local onde ocorreu o assassinato e o suposto abuso.
Após fazer um "limpa" na casa, o grupo enrolou o corpo do padre em um tapete, colocou no porta-malas do Jeep e saiu com todos no banco da frente. Os quatro seguiram até a região da Rua José Feliciano de Paiva, conhecida como Zé Tereré, onde deixaram o corpo. O grupo voltou para a casa de João Victor, rodou por outros pontos da cidade, limpou o carro e foi ao mercado por volta das 10h de sábado, quando a polícia os localizou com o veículo.
O desaparecimento do padre levantou um alerta quando familiares tentaram falar com ele e ouviram de uma mulher que o celular havia sido achado em um terreno baldio próximo ao IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul). O filho dessa mulher identificou um telefone com símbolo religioso e disse que um Jeep Renegade circulava pela área à procura do aparelho. A equipe policial foi ao local e encontrou o veículo com Leanderson, João e duas adolescentes.
Enquanto uma equipe abordava o grupo, outra realizava perícia na casa da vítima e identificava sinais de violência e sangue. Confrontado, Leanderson revelou onde estava o corpo e citou o amigo adolescente, de 17 anos, que confirmou ter estado na casa, mas negou envolvimento direto na morte e disse que limpou o rosto da vítima antes de ser deixado em uma conveniência. Ele declarou que recusou participar da ocultação do corpo e afirmou que Leanderson pretendia ficar com o carro.
O delegado decidiu pela prisão em flagrante de Leanderson por latrocínio, ocultação de cadáver e fraude processual. João Victor recebeu voz de prisão por furto, ocultação de cadáver e fraude. O adolescente foi apreendido por ato infracional análogo ao crime de latrocínio, enquanto as duas meninas, de 16 e 17 anos, foram apreendidas por atos infracionais análogos aos crimes de furto, ocultação de cadáver e fraude.
A PC (Polícia Civil) representou pela conversão das prisões em preventivas e pela manutenção das medidas socioeducativas.