Nélio Alves de Oliveira já foi condenado a mais de 21 anos de prisão por tráfico internacional de drogas. (Foto: Jornal da Nova)
A Justiça Federal decretou a prisão preventiva do piloto de avião Nélio Alves de Oliveira, de 70 anos e do co-piloto, Júlio César Lima Benitez, de 41, flagrados com 516 quilos de drogas entre cocaína e pasta-base, neste domingo (2), após pouso forçado em uma lavoura de cana de açúcar no município de Ivinhema.
Entre os argumentos elencados para justificar a decisão, o juiz Moisés Anderson Costa Rodrigues da Silva, da 1ª Vara Federal de Dourados, apontou que a quantidade de droga apreendida são indícios claros de envolvimento da dupla em organização criminosa.
Ao citar a outra condenação de Nélio, em 2014, por tráfico internacional de drogas o magistrado também enfatizou que o piloto “faz do crime o seu meio de vida” e que a condenação em processo anterior “não lhe serviu de aprendizado”.
A garantia da ordem pública, assim como a gravidade do crime e a possibilidade da dupla voltar a “delinquir”, foram outros argumentos usados pelo juiz para negar o pedido de habeas corpus feito pela defesa dos suspeitos.
Moisés Anderson também autorizou a quebra de sigilo dos dados armazenados nos celulares do piloto e do co-piloto e o incineramento das drogas. Durante o depoimento os dois optaram por permanecer calados. Nélio e Júlio César estão presos na Polícia Federal em Dourados.
O caso
Neste domingo (2), Nélio de Oliveira pilotava o avião que fez pouso forçado em uma lavoura de cana de açúcar no município de Ivinhema enquanto era perseguido por caças e helicópteros da Força Aérea Brasileira.
Dentro do avião estavam 486 quilos de cocaína pura e 30 quilos de pasta-base de cocaína. Nélio e o co-piloto, foram localizados pela Força Tática da Polícia Militar escondidos em uma reserva de mata perto do local do pouso.
Em 2014
Nélio de Oliveira havia sido condenado em 2014 a 21 anos e oito meses de prisão por tráfico internacional de cocaína junto com o então chefão do crime na fronteira, Jorge Rafaat Toumani, executado a tiros de metralhadora antiaérea em junho de 2016, em Pedro Juan Caballero. No entato, ele acabou sendo beneficiado pelo habeas corpus concedido pelo ministro Ricardo Lewandovski, em dezembro de 2018.
De acordo com investigações da Polícia Federal, além de trabalhar para a organização de Rafaat, Nélio de Oliveira integrava a quadrilha de Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”, apontado como um dos maiores traficantes de cocaína da América do Sul. Atualmente “Cabeça Branca”, cumpre pena no Presídio Federal em Catanduvas (PR).
(Adriano Fernandes e Helio de Freitas - Campo Grande News)