Um dos criminosos era dono de uma SW4 e teria dado R$ 80 mil de entrada na compra do carro de luxo
Integrantes de quadrilha que atua em todo o Brasil, José Sales de Sousa, de 51 anos, e o comparsa, Janderson Ramos da Silva, de 35, mantinham padrão de vida alto com o dinheiro dos golpes que praticavam contra idosos que abordavam em agências bancárias. Conforme apontou investigação, José era dono de uma SW4 e teria dado R$ 80 mil de entrada na compra do carro de luxo. “Eles não tinham dó de gastar o dinheiro dos outros”, explicou o delegado Cláudio Zotto.
Além da mordomia que tinham, com direito a constantes viagens para diversos cartões postais do País, a dupla é suspeita de ter empresas em nome de laranjas. Agora, a polícia tenta mapear os bens dos suspeitos para que tudo seja bloqueado e fique à disposição da Justiça.
De acordo com informações da delegada Priscilla Anuda, responsável pelo caso, outros quatro criminosos são suspeitos de ajudar José e Janderson a cometer os crimes em diversas agências bancárias da Cidade. Para não levantar suspeita, os “cartãozeiros”, sempre agiam fora do horário de expediente dos bancos, quando não havia funcionários no local.
“Eles até trocavam de roupa para despistar e para que a presença deles não ficasse tão evidente nas filmagens das câmeras de segurança”, explica.
Somente na 1ª Delegacia de Campo Grande foram registradas 30 denúncias de vítimas da quadrilha, no entanto, a suspeita é de que o número seja ainda maior. A partir da conexão dos casos a polícia passou a monitorar os criminosos e montou dossiê que revela a maneira como eles agiam.
O caso - José Sales de Sousa foi preso no sábado (10) após aplicar golpe em um cliente da agência do Banco do Brasil, na Rua Maracaju. Ele confessou o crime e disse que viajava de cidade em cidade para saquear idosos e que mantinha contato com comparsas de outros Estados. Depois que aplica os golpes, ele partia para outros municípios, inclusive, o autor estava com passagem marcada para o nordeste no dia seguinte.
No momento da prisão, Janderson Ramos da Silva conseguiu fugir num Hyundai HB20 preto de Belo Horizonte (MG), que pertence a uma locadora. Horas depois, o veículo foi abandonado na Avenida Mato Grosso. Janderson foi preso neste fim de semana no estado de São Paulo, quando tentava embarcar para o nordeste.
José explicou que os comparsas dele lhe repassassavam, via WhatsApp, boletos de multas, impostos de veículos e outros a serem pagos. Ele, então, furtava o cartão de idosos para realizar os pagamentos. Pelo serviço recebe de 25 a 30% do valor do boleto.
Os suspeitos se passavam por funcionários da agência bancária e se aproximavam dos idosos. Com um papel do banco eles orientavam os aposentados a cadastrar a biometria. Durante a operação, eles trocavam o cartão do cliente, que só percebia que estava com o cartão de outra pessoa mais tarde.