Equipe da Deco chefiada pela delegada Ana Claudia Oliveira Marques Medina esteve em Dourados para perícia e coleta de depoimentos. “Iniciamos as primeiras perícias no local, entrevistamos testemunhas e coletamos dados e imagens”, afirmou ela ao Campo Grande News.
O avião continua no local do pouso forçado, a área das indústrias de óleo de soja da Coamo, na margem da BR-163. “Pela complexidade, voltaremos para nova etapa de perícias e demais diligências até remoção da aeronave sinistrada do local que se encontra apreendida. Acionamos alguns órgãos de controle de espaço aéreo e de regulação de aviação civil e aguardamos respostas”, explicou a delegada. Segundo Ana Claudia Medina, o trabalho é complexo e está apenas no início.
Wadson Ranielly Fernandes estava sozinho quando o avião sofreu pane. Durante a aterrissagem, a aeronave bateu as rodas no meio-fio de uma rua interna do complexo industrial e tombou. Com ferimentos leves, ele foi levado para o Hospital da Vida por equipe de socorro da Coamo.
“Alguns documentos obrigatórios foram entregues ao piloto no hospital logo após o acidente a seu pedido e não foram apresentados para a Deco. A advogada já fez contato e aguardamos a apresentação de alguns dados e documentos”, informou a titular da Deco.
Segundo a delegada, a aeronave foi desvirada e instrumentos e objetos que estavam no interior foram apreendidos. O avião vai permanecer no local do acidente, sob esquema de segurança. “Requisitamos a apresentação do proprietário para oitiva, tendo em vista que existem dados inconsistentes quanto à propriedade da aeronave”.
Narcotráfico – O piloto Wadson Fernandes foi indiciado, denunciado e se tornou réu no âmbito das operações “Ícaro”, da Deco, e “Teto Baixo”, da Polícia Federal, acusado de pertencer a uma quadrilha internacional de tráfico de drogas. A investigação apurou também uso de “laranjas” para ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro.
Em agosto de 2017, Wadson foi preso com Wellinton José Magalhães em um hangar em São Gabriel do Oeste. Os dois foram denunciados pela Deco no âmbito da Operação Ícaro, acusados de adulterar aeronaves para que pudessem voar por muito tempo a longas distâncias sem precisar abastecer.
Em outubro do ano passado, o piloto voltou a ser alvo, dessa vez da Operação Teto Baixo, desencadeada pela Polícia Federal, que investigou quadrilha responsável em adulterar e clonar aviões em Mato Grosso do Sul para transporte de drogas.
(Helio de Freitas)