A operação "Fake Cloud" deflagrada nesta quinta-feira (23/10), pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) levou para a cadeia o advigado Nilson dos Santos Pedroso e os empresários Lucas de Andrade Coutinho e George Willian de Oliveira. A ação investiga esquema de fraude em licitações na prefeitura de Itaporã, segundo a atual gestão, no período entre 2021 a 2024.
Naquela época, Nilson era gerente municipal de aquisições governamentais na administração do então prefeito Marcos Pacco (2016-2024). Atualmente, ele é secretário municipal de Governo e Gestão Estratégica em Corumbá, onde foi preso.
Já Lucas de Andrade Coutinho é conhecido por suposto envolvimento em esquemas fraudulentos em conluio com servidores públicos. Inclusive, chegou a ser preso duas vezes nos anos de 2023 e 2024, durante a operação "Turn Off", que investigou esquema de desvios de R$ 68 milhões dos cofres estaduais.
Já George Willian de Oliveira, preso ontem em Campo Grande, é dono de empresa de tecnologia implicada no suposto esquema em Itaporã.
A operação de ontem também cumpriu mandados de busca e apreensão contra o ex-secretário de Finanças de Itaporã, Paulo Henrique de Souza, e contra Gabriel Cordeiro Spontoni e Miguel dos Santos Andrade.
"Fake Cloud"
A operação de ontem mira grupo suspeito de fraudar sistematicamente processos de licitação em Itaporã. São apurados os crimes de organização criminosa, fraude em contratações públicas e corrupção.
O Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) constatou a existência de grupo criminoso estruturado que fraudava processos de contratações públicas por dispensa de licitação, voltados ao fornecimento de licença de sistemas de backup de dados em armazenamento em nuvem para o Poder Executivo Municipal de Itaporã desde 2022.
Após negociações ilícitas dos empresários com agentes públicos, diversos processos foram simulados e direcionados para beneficiar determinada empresa, mediante propostas fictícias e exigências técnicas previamente elaboradas para restringir a concorrência.
Em nota oficial, a prefeitura de Itaporã informou que a operação refere-se exclusivamente a procedimentos administrativos ocorridos durante a gestão municipal de 2021 a 2024, especificamente vinculados ao Processo Licitatório nº 183/2022, cuja vigência encerrou-se integralmente no referido período.
“A atual administração, sob a gestão do prefeito Tiago Carbonaro desde 1º de janeiro de 2025, não possui qualquer vínculo, envolvimento ou responsabilidade sobre os contratos, atos ou decisões mencionados na investigação. Todos os fatos apurados antecedem completamente o atual mandato e não guardam qualquer relação com a presente gestão”, diz a nota.