A pesca esportiva na modalidade de pesque e solte praticada no Pantanal de Corumbá, onde sugiram as leis restritivas e o comprometimento dos empresários do setor para proteger as espécies nobre e o meio ambiente, foi destaque no 1º Fórum Nacional do Turismo de Pesca, realizado nesta quinta-feira (23) em São Paulo. O evento fez parte do Pesca & Companhia Trade Show, maior feira de pesca da América Latina, que acontece até o dia 25.
A organização dos operadores, primando sempre pelo princípio da sustentabilidade, a melhor estrutura embarcada e a mudança de conceitos e postura do trade com a implantação do pesque e solte foram realçados pela ACERT (Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo) durante palestra do associado e empresário Ademilson Esquivel. A entidade agrega as empresas de barcos-hotéis, hotéis pesqueiros e de equipamentos náuticos do destino.
“O posicionamento da associação em defesa da sustentabilidade do Pantanal criou uma nova consciência no empresariado, e ao longo dos anos a forma de pensar e a postura em relação a pesca esportiva foram revistos e mudamos, sempre em busca de medidas que protejam os estoques pesqueiros, o Pantanal e os nossos negócios”, disse o representante da ACERT para o grande público que lotou as dependências do auditório do Pavilhão de Exposições do Pro Magno Centro de Eventos, na capital paulista.
Divisor de águas
Ademilson Esquivel lembrou que a ACERT, fundada em 1985, liderou os movimentos que resultaram em leis de pesca mais restritivas até a legislação atual (2020), que estabelece a cota de um exemplar (respeitando-se tamanhos mínimos e máximos) e cinco piranhas e a proibição da captura do dourado. Em 1995, a cota permitia 30 quilos, com forte pressão ao estoque pesqueiro. Em 2012, com o apoio da ACERT, o município de Corumbá estabeleceu a moratória do dourado.
“Nossa associação foi um divisor de águas na luta pela preservação do Pantanal e dos recursos pesqueiros, enquanto Corumbá foi a porta de entrada para a estruturação do turismo de pesca esportiva em Mato Grosso do Sul”, disse o empresário durante sua palestra. “Hoje, independente da lei vigente, os contratos firmados pelos nossos associados, em sua maioria, são somente para a prática do pesque e solte, para qualquer espécie de peixes (nativos e exóticos).”
O associado da ACERT também ressaltou o compromisso e a responsabilidade das empresas associadas com a segurança e conforto dos clientes, desde a regularização junto ao Cadastrur, do Ministério do Turismo, ao cumprimento das normas da Marinha do Brasil e da vigilância sanitária, além de guias especializados. As embarcações e empreendimentos oferecem total conforto, com todos os ambientes internos climatizados e equipamentos de qualidade.
Novo público
A pesca esportiva para o turismo em Corumbá/Ladário, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, tem uma importante e considerável participação no crescimento social, econômico, ambiental e turístico da região. O segmento participa com a injeção de mais de R$ 40 milhões, relativos aos salários dos mil empregados, além do giro financeiro na economia local envolvendo toda a cadeia produtiva do turismo. “É a atividade que mais gera emprego e renda no Pantanal”, citou Ademilson.
Antes praticada exclusivamente pelos homens, a pesca esportiva no Pantanal de Corumbá também diversificou seu público, passando a ganhar cada vez mais adeptos do público feminino. Hoje, é um programa para grupos de amigos, mulheres, casais e famílias – tema que ganhou também destaque em um dos painéis do fórum - “Mulheres na Pesca Esportiva” -, onde a empresa Joicetur apresentou a incrível experiência com o grupo “Anzol Rosa”.
Ao final da palestra, o diretor da ACERT cobrou novas e urgentes políticas públicas para regulamentar o manejo dos recursos pesqueiros no Estado, medidas que promovam a pescaria sustentável, eliminando atividades mais agressivas ao meio ambiente, e maior adesão dos empresários do setor ao pesque e solte. Também sugeriu a criação de um órgão específico da pesca esportiva no Ministério do Turismo e de um plano arrojado de marketing para promotor o segmento dentro e fora do Brasil.