A partir de 2022, Mato Grosso do Sul conta oficialmente com a realização da Campanha Setembro Verde - mês dedicado à promoção de políticas públicas voltadas à conscientização sobre a importância da doação de órgãos. Isso porque, neste ano, o Parlamento estadual aprovou a Lei 5.862, que incluiu a data no anexo do Calendário Oficial de Eventos do Estado.
A ação é anual e ocorre do dia 1º ao dia 30 de setembro. Dentre as atividades que podem ser desenvolvidas estão debates, palestras, seminários, audiências públicas, campanhas educativas e de conscientização, entre outras iniciativas. Os eventos podem ocorrer em conjunto com entidades das áreas da educação, saúde e afins.
Mesmo a lei sendo recente, a importância da doação de órgãos já faz parte da pauta do Legislativo há tempos. Em 1993, os parlamentares estaduais aprovaram a Lei 1.414. A norma instituiu a Semana Estadual de Doação de Órgãos e Tecidos no Mato Grosso do Sul. O evento acontece de 21 a 27 de setembro e as estatísticas ajudam a reforçar a importância das ações.
Dados
Só em 2021, Mato Grosso do Sul notificou 209 potenciais doadores, porém, desse total, 178 não eram doadores (seja por recusa da doação, contra indicação médica, morte encefálica não confirmada, entre outros motivos). Assim, apenas 31 pessoas se tornaram doadoras efetivas, o que representa uma taxa de conversão de 14,83%. Os dados constam no Registro Brasileiro de Transplantes de 2021, publicado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).
Segundo o Sistema Nacional de Transplantes, mesmo possuindo o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, o Brasil ainda registra uma grande quantidade de pessoas em lista de espera para receber um órgão. No mês de junho deste ano, o Ministério da Saúde divulgou que mais de 56 mil pacientes aguardavam por um transplante no país, a maioria, cerca de 32 mil, esperavam por um rim.
Para conscientizar a população e incentivar as pessoas a se tornarem doadores, o mês de setembro foi escolhido para enfatizar o tema. Além das ações do mês, o dia 27 de setembro foi eleito o Dia Nacional da Doação de Órgãos, instituído pela Lei Federal 11.584/2007. Já o terceiro sábado de setembro é considerado o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea.
Seja doador
Quem pretende ser doador basta uma simples ação: avisar a sua família. Para ser doador, converse com os familiares sobre o seu desejo e deixe claro que eles devem autorizar a doação de órgãos. A doação de órgãos ou tecidos pode vir de doadores falecidos ou vivos.
Doador falecido é a pessoa em morte encefálica. Um único doador pode salvar inúmeras vidas. Dos doadores falecidos podem ser captados: coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córnea, vasos, pele, ossos e tendões. A pessoa que tenha falecido por parada cardíaca pode doar tecidos.
Doador vivo é qualquer pessoa saudável que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. O doador vivo pode se dispor a doar um dos rins, parte do fígado ou do pulmão e medula óssea. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores vivos. Fora desse critério, somente com autorização judicial.
Para ser doador de medula óssea, o interessado deve procurar o hemocentro mais próximo, onde passará por procedimentos a fim de ser inserido no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). Em Mato Grosso do Sul, o interessados podem obter mais informações pelo site do Hemosul.