As ações implementadas pelo Governo do Estado para a prevenção e o combate aos incêndios florestais em Mato Grosso do Sul já demonstram resultado. De acordo com os dados do Inpe, o número de focos de calor registrados em Mato Grosso do Sul entre os meses de janeiro até 15 de junho de 2021 no Pantanal Sul-mato-grossense foi 87,22% menor em relação ao mesmo período do ano passado. Em todo o Estado, essa redução foi de 66,72%.
Essas informações foram destacadas na manhã de ontem (23), na primeira reunião do CICOE (Centro Integrado de Coordenação Estadual), composto pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), o Corpo de Bombeiros Militar de MS, o Imasul, a Defesa Civil, o Cemtec/Semagro, a PMA, a Sejusp e a Segov.
“O CICOE é uma estrutura de governança e gestão estabelecida no PEMIF – Plano Estadual de Manejo Integrado do Fogo, que publicamos em abril. Nesta primeira reunião pudemos observar a evolução das ações no âmbito do Governo do Estado, que já nos mostram que estamos melhor preparados para o combate aos incêndios florestais. Avançamos muito na questão de estabelecer um planejamento muito rígido, já em execução para fazer a prevenção aos incêndios florestais”, comentou o secretário Jaime Verruck, da Semagro, que coordena o CICOE.
De acordo com relatório apresentado pelo Tenente Coronel Moreira, do Corpo de Bombeiros, Assessor Militar da Semagro, foram registrados 785 focos de calor em Mato Grosso do Sul de janeiro a 15 de junho de 2021, a maioria deles no Bioma Cerrado (60%) e 217 no Pantanal Sul-mato-grossense.
“Esse menor número menor de focos de calor em todo o Estado é um resultado visível da nossa ação. Agora, no período mais crítico de incêndios florestais, de agosto a outubro, estamos preparados. Temos uma integração de todas as forças, temos a disponibilização de recursos para o combate e a disposição da coordenação do Corpo de Bombeiros para que eles possam atuar no combate direto e intensivo”, pontuou o titular da Semagro.
A previsão meteorológica para o segundo semestre de 2021 apresentada pela meteorologista Valesca Fernandes, coordenadora do Cemtec/Semagro (Centro Estadual de Monitoramento do Tempo e do Clima), mostra que o volume de chuvas em Mato Grosso do Sul nos meses de julho, agosto e setembro será de 40% a 50% abaixo do que é esperado para o período, de acordo com o modelo ECMWF.
O Corpo de Bombeiros Militar informou que, além da formação de novos militares e capacitação para o combate aos incêndios florestais, também já está recebendo os veículos e demais equipamentos que estão sendo adquiridos pelo Governo do Estado, num investimento total de R$ 56,6 milhões.
Além disso, vem desenvolvendo cinco operações distintas na Fase Estratégica de Prevenção e Preparação aos Incêndios Florestais (período de março a junho), nas Unidades de Conservação (Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema (PEVRI); Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari (PENT); Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro (PEP); suas zonas de amortecimento e Estrada Parque Pantanal). “As equipes em campo fazem levantamento estratégico das áreas, treinamento de brigadas e orientações das propriedades rurais dessas áreas”, comentou o Tenente Coronel Moreira.
Ao final da reunião, o secretário Jaime Verruck comentou que, com base nos dados apresentados na reunião, o Governo do Estado já avalia a necessidade de ser decretado estado de emergência em alguns municípios. “Junto com a Defesa Civil identificamos elementos que apontam a necessidade de se decretar estado de emergência em alguns municípios, o que nos facilita em termos de obtenção de recurso. Iremos fazer uma ação muito intensa de conscientização da população, pois estamos em um momento crítico devido à crise hídrica. Temos uma anomalia climática presente e isso vai exigir de todos nós uma ação muito forte”, finalizou.