A rede municipal tem uma participação de 67,6% no total de matrículas dos anos iniciais e concentra 83,7% dos alunos da rede pública
Entre 2005 e 2017, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino médio brasileiro cresceu 0,4 pontos, subindo de 3,4 para 3,8 pontos. Já em 2019, o indicador alcançou 4,2 pontos, a maior evolução da edição, após quatro anos de estabilidade.
O aumento no indicador do ensino médio aconteceu em função da melhora nas taxas de aprovação e nos resultados da avaliação desta etapa de ensino no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
A etapa conta com 28,8 mil escolas pelo país e a maioria das 7,5 milhões de matrículas se encontra na rede estadual. Apesar do resultado positivo, a meta de 5 pontos prevista para o ano não foi atingida.
Entre as unidades da Federação, os números do ensino médio variaram 1,4 ponto entre os piores e os melhores resultados. Os destaques foram Goiás, único estado a atingir a meta individual, e Espírito Santo. Os dois empataram com as melhores médias do país na etapa: 4,8 pontos. Já Pará e Amapá tiveram os resultados mais baixos, com 3,4 pontos.
Ensino fundamental
Os anos iniciais do ensino fundamental apresentaram leve crescimento no indicador. O Ideb 2019 foi de 5,9 pontos, o que representa um aumento de 0,1 ponto em relação à edição anterior, e segue a tendência de evolução das outras edições, superando a meta prevista de 5,7 pontos. Essa etapa de ensino conta com 15 milhões de alunos e 109 mil escolas.
A rede municipal tem uma participação de 67,6% no total de matrículas dos anos iniciais e concentra 83,7% dos alunos da rede pública. Além disso, 19,2% dos alunos dessa etapa frequentam escolas privadas.
Nove unidades da Federação alcançaram Ideb maior ou igual a 6 nos anos iniciais do ensino fundamental. São Paulo teve o melhor desempenho, com 6,7 pontos, seguido por Distrito Federal, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais, com 6,5 pontos; Ceará, com 6,4 pontos; Goiás, com 6,2 pontos; Espírito Santo, com 6,1 pontos; e Rio Grande do Sul, com 6 pontos. Já o Pará teve o resultado mais baixo, com 4,9 pontos, mas superou sua meta de 4,7 pontos.
Nos anos finais do ensino fundamental, o aumento foi de 0,2 pontos, com resultado final de 4,9 pontos. Apesar da melhora, o índice ficou abaixo da meta de 5,2 pontos em 2019. Essa etapa de ensino possui 61,8 mil escolas e 11,9 milhões de estudantes no Brasil.
O estado de São Paulo teve o melhor desempenho, com 5,5 pontos, mas não conseguiu atingir a meta individual de 5,9 pontos. Sete estados conseguiram cumprir seus objetivos: Amazonas, Alagoas, Pernambuco, Piauí, Ceará, Paraná e Goiás. Os resultados mais baixos foram do Amapá, com 4 pontos, e do Pará, do Rio Grande do Norte, de Sergipe e da Bahia, com 4,1 pontos.
Com 4,9 milhões de alunos, a rede estadual tem uma participação de 41,6% no total de matrículas dos anos finais do ensino fundamental, dividindo a responsabilidade do atendimento escolar na rede pública, nessa etapa de ensino, com os municípios. Os alunos que frequentam escolas privadas representam 15,4% do total.
O Ceará foi destaque no percentual de municípios que atingiram a meta do Ideb do ensino fundamental por unidade da Federação: 98,9% nos anos iniciais e 83,7% nos anos finais. Alagoas também teve um bom resultado nos anos iniciais, com alcance de 92,2% dos municípios do estado em relação à meta do índice. Já o Amapá teve apenas 18,8% nos anos iniciais e o Rio de Janeiro, 4,3% nos anos finais.
Mato Grosso do Sul
Desta vez, o aumento nos índices teve destaque voltado para o crescimento na avaliação do Ensino Médio. Na última publicação (referente a 2017), de setembro de 2018, a nota atribuída ao EM na Rede Estadual de MS foi de 3,6. Na época, o crescimento foi de 0,1 em relação ao observado no levantamento anterior, de 2015. Agora, o índice saltou para 4,1.
Presente na coletiva de anúncio dos dados na manhã desta terça, a secretária de Estado de Educação de MS, Cecilia Motta, destacou o avanço. “Nós acertamos na política do EM, fizemos a Educação Integral em Tempo Integral e colocamos o jovem na escola por mais tempo. Com isso, tivemos queda na evasão e na repetência. Subimos em todos os índices”, disse a titular da SED que também preside o Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed).
O levantamento também apontou avanço nos índices registrados nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano). Na última divulgação (2017), a avaliação da Etapa na REE ficou em 5,6 e agora passou para 5,7. Vale destacar que ela também segue em crescimento desde 2015, quando o índice registrado foi de 5,4.
Nos anos Finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º), os dados permaneceram estáveis. Na divulgação de 2018, referente à 2017, a nota foi de 4,6 – índice este mantido no atual levantamento realizado pelo Inep.
“Eu saio daqui muito contente de ver os resultados e de ver que os indicadores apontam nossas falhas, mas também mostram os nossos acertos, como a melhora no Ensino Médio que teve avanço em todos os aspectos. Sabemos que existe a necessidade de um olhar para o Ensino Fundamental II [Anos Finais] e seguiremos em busca dessa melhora”, concluiu Cecilia.
Rendimento
Destaque no crescimento em MS, o índice atribuído ao Ensino Médio da REE/MS ficou à frente da média nacional (de 3,9) e com a 7ª colocação na comparação com as redes estaduais brasileiras, atrás apenas de Goiás, Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, São Paulo e Ceará.
Quando observadas as avaliações nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, a REE também obteve resultados significativos, com a 5ª e 7ª colocações, respectivamente.
Ideb
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica foi criado em 2007 para monitorar o desempenho da educação no Brasil. Ele reúne, em um só indicador, os resultados de duas dimensões de qualidade da educação: o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações. O índice é calculado a partir dos dados sobre aprovação, obtidos no Censo Escolar, e dos resultados do Saeb.