Última alta de focos de calor foi registro no ano de 2005 e Ibama prevê margem ultrapassa ainda em setembro
O Pantanal de Mato Grosso do Sul pode registrar nos próximos dias a marca histórica de focos de calor já registrados pelo monitoramento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). A última margem alta foi registrada no ano de 2005.
Segundo o analista ambiental do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Alexandre Pereira, os maiores registros aconteceram há 15 anos. Foram 12.536 focos ativos detectados pelo satélite de referência.
“Estamos na eminencia de ultrapassar o maior valor da série histórica para o bioma Pantanal do Estado. Acreditamos que esse valor será superado ainda no mês de setembro. Já temos registrados 12.042 focos de calor desde janeiro deste ano”, disse.
O diretor do Instituto Homem Pantaneiro, Coronel Ângelo Rabelo, explica que equipes de cientistas e veterinários estão atuando nos locais afetados para auxiliar animais que são encontrados com vida queimados ou machucados por conta das chamas. As perdas na fauna e flora ainda são incalculáveis, pois os incêndios continuam afetando o bioma.
“A situação mais latente acontece no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Estamos nesse enfrentamento com equipes do instituto, brigadistas, Corpo de Bombeiros, Prevfogo/Ibama, desde de fevereiro deste ano, quando o fogo nos surpreendeu dando indicativos que viveríamos um período difícil de estiagem.”
Ainda de acordo com Rabelo, o cenário já começa a mudar e preocupar especialistas. O Rio Paraguai, que banho o Pantanal, registrou este ano a pior baixar dos últimos 30 anos e consequentemente favorecendo a seca nas fluentes.
“A água é determinante para vida do Pantanal. Temos reconfiguração de regiões que estavam inundadas e estão secando. Isso é indicativo de grande período de seca”, relatou.
Conforme os dados do Laboratório de Satélites Ambientas da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), de janeiro a este domingo (6), foram 1,8 milhão de hectares devastados nas regiões pantaneiras do Estado. Ao total são mais de 2,3 milhões somando com o bioma de Mato Grosso.
Créditos: Karina Campos/Midiamax