O estudo corresponde às semanas 33ª a 35ª da pandemia do Novo Coronavírus, e tiveram os dados atualizados ontem.
De acordo com uma análise feita entre 15 a 29 de agosto, por meio da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), o nível de alerta para a Covid-19 na maior cidade do interior do Estado se manteve em três, no entanto, a taxa de morbimortalidade, isto é, de vítimas fatais da doença, passou de 1,52% para 2,18%.
O estudo corresponde às semanas 33ª a 35ª da pandemia do Novo Coronavírus, e tiveram os dados atualizados ontem (1).
Segundo o relatório, os níveis de alertas cresceram nas diferentes microrregiões de saúde de Mato Grosso do Sul. O resultado da análise, conforme o pesquisador Adeir Archanjo da Mota, expressa de que maneira os gestores públicos têm administrado a pandemia nos diferentes municípios.
“Observamos crescimento, ou em alguns casos, estabilidade com modesto crescimento no índice, em todas as microrregiões de saúde de MS, com exceção da microrregião de Aquidauana. Ao considerar os alertas emitidos pelos pesquisadores, a gestão municipal decretou lockdown por sete dias e - embora seja um curto período de tempo - parece ter surtido efeitos positivos”, disse.
As regiões são compostas por Aquidauana, Miranda, Anastácio, Nioaque, Dois Irmãos do Buriti e Bodoquena, todos os municípios registraram queda nos níveis de alerta (Aquidauana de cinco para quatro, e os demais de quatro para três. Bodoquena permaneceu com nível de alerta um).
De acordo com a pesquisadora da UFOB (Universidade Federal do Oeste da Bahia), Fernanda Vasques Ferreira, o resultado dessa microrregião de saúde é reflexo do nível de importância dado pelos gestores públicos à pandemia.
“Quando são emitidos alertas, um gestor público reconhece a importância das pesquisas e toma providências no sentido de preservar a vida dos cidadãos, a população também passa a dar a dimensão de gravidade correspondente à realidade da pandemia. Isso contribui para que as pessoas respeitem os decretos com restrições mais severas, como também para que os números da doença recuem”, avaliou.
Por outro lado, enquanto os níveis de algumas cidades apresentaram redução, Campo Grande e Nova Alvorada do Sul registraram aumento significativo nos índices de mortes. A capital continua com nível de alerta cinco, o máximo.
Nova Alvorada do Sul saltou do nível de alerta dois para quatro. Respectivamente, os índices de morbimortalidade saltaram de 11,68% para 13,94% e de 1,00% para 3,90%.
Variações
O acompanhamento dos índices de morbimortalidade tem mostrado aos pesquisadores como a doença evolui no Estado. Na MRS de Paranaíba, todos os municípios registraram aumento nos índices de vítimas fatais e, por sua vez, nos níveis de alerta. Paranaíba saltou de dois para o três, Cassilândia de dois para o nível quatro e Aparecida do Taboado, do nível três para quatro.
A região de Três Lagoas registrou queda nos níveis de dois municípios: Água Clara e Brasilândia (recuaram do nível dois para o nível um). A própria cidade teve índice de 0,98% para 1,38% - permaneceram com níveis de alerta, a b e c. Santa Rita do Pardo e Selvíria se mantiveram no nível um, com índices decrescentes.
Ocupação de UTI’s
Dos 752 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no SUS (Sistema Único de Saúde), 86,44% se concentram nos municípios de Campo Grande, Dourados, Três Lagoas e Corumbá, que são polos das macrorregiões de saúde.
Esses municípios acumulam 81,39% na taxa de ocupação de leitos de UTI. As cidades que apresentaram as taxas mais preocupantes até ontem, conforme dados do Painel Mais Covid-19 MS, são: Paranaíba, com 90%; Campo Grande, com 84%; Dourados, com 75%; Ponta Porã, com 73%, Corumbá, com 68% dos leitos de UTI e cem por cento dos leitos clínicos ocupados; e Três Lagoas, com 65% de taxa de ocupação de leitos de UTI.